MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Publicitários fazem apelo para que ícones como Che descansem em paz


Série de vídeos critica uso exaustivo de imagens de Marylin, Einstein e Che.
Dupla de brasileiros defende novas ideias e referências na publicidade.

Darlan Alvarenga Do G1, em São Paulo

Apesar de Marilyn Monroe, Albert Einstein e Ernesto "Che" Guevara terem morrido no século passado, estes ícones ainda não conseguiram descansar em paz. Ao menos não na publicidade, área em que as imagens destas personalidades seguem sendo ressuscitadas e reutilizadas para todo tipo de campanha.
Uma série de vídeos intitulada “Let Them Rest In Peace" (algo como “Deixem eles descansarem em paz”), realizada pelos publicitários brasileiros Felipe Machado e Thiago di Gregório, mostra como Marilyn, Einstein e Che seguem não sendo esquecidos de jeito nenhum pelos profissionais de publicidade em pleno século 21 e propõe que eles descansem em paz após longa carreira publicitária post mortem (Veja vídeo ao lado).
“Já está mais do que na hora de deixar essas pessoas descansarem em paz, como é prometido a todos que morrem”, afirmou, em entrevista ao G1, Felipe Machado, de 29 anos. Ele contou que a ideia de fazer os vídeos surgiu após constatar com o colega publicitário que, ano após ano, as imagens de Marilyn, Einstein e Che seguem presentes nos anuários internacionais de propaganda, inclusive em campanhas premiadas nos festivais.
A série de vídeos foi publicada no canal pessoal do publicitário no Vimeo, em agosto, acabou se espalhando por blogs de diversos países e já alcançou cerca de 13 mil visualizações. “É quase uma campanha por novas ideias e novas referências. Chega, já desgastou. Está na hora de trocar o disco”, diz Machado.
Vídeo mostra que imagem de Che é usada para vender de carro a celular (Foto: Divulgação)Vídeo mostra que imagem de Che é usada para vender de carro a celular (Foto: Divulgação)
Com duração de meio minuto, os vídeos exibem dezenas de campanhas publicitárias veiculada nos últimos anos que utilizaram fotografias ou releituras das imagens eternizadas pelos três ícones.

Os três vídeos mostram que o glamour de Marilyn, o humor de Einstein e apelo heroico de Che seguem sendo apropriados para vender produtos e serviços, muitos dos quais os protagonistas desses anúncios jamais reconheceriam em vida.

O vídeo sobre Che, por exemplo, mostra que a imagem do guerrilheiro é usada para vender todo o tipo de produto nas sociedades capitalistas, de carro a celular ou agência de turismo.

“Na pesquisa que fizemos encontramos mais de 70 campanhas associadas a cada um destes ícones. Nos vídeos procuramos selecionar as melhores. Tem coisa mais antiga, da década de 90 e até campanhas veiculadas no último ano, inclusive no Brasil”, diz o publicitário.

Uma das razões para a repetição destas imagens na publicidade é que Marilyn, Einstein e Che são ícones mundiais, com pouca rejeição. Além disso, o uso desses ícones acaba representando também uma solução mais barata para as marcas em termos de diretos autorais.
“São referências que praticamente ninguém desconhece, o que torna mais fácil fazer um anúncio global. De qualquer forma, é preciso que se busque outros ícones no mercado publicitário”, opina Machado, que já pensa em dar continuidade à série com vídeos sobre o uso repetitivo de outros ícones como Charles Chaplin, Mahatma Gandhi e madre Teresa de Calcutá.

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