Escolhidos por bom comportamento, 5 homens se revezam na produção.
A cada três dias trabalhado a pena é reduzida em um dia.
Presidiário cria sela de montaria em projeto da Casa de Detenção de Cacoal (Foto: Paula Casagrande/G1)
Ferramentas de vários portes se espalham pelo ambiente de trabalho improvisado montado para os presos da Casa de Detenção de Cacoal,
RO. Escolhidos por bom comportamento, cinco homens se revezam nas
diferentes etapas da produção de artigos para montaria, observados de
perto pelos agentes penitenciários.Há dois meses na produção, Gilmar Ribeiro, de 29 anos, aceitou o desafio de aprender a atividade profissionalizante e já lucra com o bom resultado. Para ele, o trabalho é uma forma de ocupar a mente. “Além de receber por peça produzida, é uma forma de não ficar pensando besteira enquanto estamos aqui dentro”, conta Ribeiro, que já cumpriu dois dos 30 anos de pena. Com o trabalho, o presidiário conta com o benefício da redução de pena.
Presidiário durante etapa de fabricação de sela de
montaria (Foto: Paula Casagrande/G1)
Para Noeme Lemos, assistente social da Casa de Detenção e idealizadora
do projeto, a atividade incentiva os presos a buscarem uma profissão.
“Não adianta ensinar a eles como se faz um produto e depois não ter para
quem vender. Conseguimos montar um projeto em parceria com um
empresário, onde ele oferta o material utilizado e as máquinas e depois
compra o produto. Aqui disponibilizamos mão de obra”, explica Noeme.montaria (Foto: Paula Casagrande/G1)
Todas as etapas de montagem são feitas pelos presos e os produtos já saem prontos para o uso. A cada sela de montaria produzida, o lucro chega a R$ 13. Por dia são confeccionadas duas selas. Outro produto criado por eles são luvas, que ao fim do mês somam 25 peças.
Apesar de não pretender seguir a atividade após cumprir a pena por tráfico de drogas, Vandervaldo Ferreira Gomes, de 31 anos, disse ao G1 que a oportunidade de diminuição da pena de seis anos já é válida. “Voltarei a ser vendedor, mas a aprendizagem foi muito boa. Seremos os instrutores dos próximos presos que trabalharão e isso anima”, relata Gomes.
O projeto deve continuar e novos presos serão selecionados. Segundo o diretor geral da Casa de Detenção, Sidnei Teodoro Sebastião, o local para a confecção das peças deverá ser ampliado. “Temos a intenção de preparar um lugar só para isso. Um ambiente organizado para a produção das peças”, adianta Sidnei.
Atualmente há 270 homens presos na instituição, nos regimes fechado e semiaberto. A cada três dias trabalhado a pena é reduzida em um dia.
Sela produzida por presidiários de Cacoal (Foto: Paula Casagrande/G1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário