MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Presos de Cacoal, RO, investem em fabricação de selas e reduzem pena


Escolhidos por bom comportamento, 5 homens se revezam na produção.
A cada três dias trabalhado a pena é reduzida em um dia.

Paula Casagrande Do G1 RO
Presidiário cria sela de montaria em projeto da Casa de Detenção de Cacoal (Foto: Paula Casagrande/G1)Presidiário cria sela de montaria em projeto da Casa de Detenção de Cacoal (Foto: Paula Casagrande/G1)
Ferramentas de vários portes se espalham pelo ambiente de trabalho improvisado montado para os presos da Casa de Detenção de Cacoal, RO. Escolhidos por bom comportamento, cinco homens se revezam nas diferentes etapas da produção de artigos para montaria, observados de perto pelos agentes penitenciários.
Há dois meses na produção, Gilmar Ribeiro, de 29 anos, aceitou o desafio de aprender a atividade profissionalizante e já lucra com o bom resultado. Para ele, o trabalho é uma forma de ocupar a mente. “Além de receber por peça produzida, é uma forma de não ficar pensando besteira enquanto estamos aqui dentro”, conta Ribeiro, que já cumpriu dois dos 30 anos de pena. Com o trabalho, o presidiário conta com o benefício da redução de pena.
Presidiário durante etapa de fabricação de sela de montaria (Foto: Paula Casagrande/G1)Presidiário durante etapa de fabricação de sela de
montaria (Foto: Paula Casagrande/G1)
Para Noeme Lemos, assistente social da Casa de Detenção e idealizadora do projeto, a atividade incentiva os presos a buscarem uma profissão. “Não adianta ensinar a eles como se faz um produto e depois não ter para quem vender. Conseguimos montar um projeto em parceria com um empresário, onde ele oferta o material utilizado e as máquinas e depois compra o produto. Aqui disponibilizamos mão de obra”, explica Noeme.
Todas as etapas de montagem são feitas pelos presos e os produtos já saem prontos para o uso. A cada sela de montaria produzida, o lucro chega a R$ 13. Por dia são confeccionadas duas selas. Outro produto criado por eles são luvas, que ao fim do mês somam 25 peças.
Apesar de não pretender seguir a atividade após cumprir a pena por tráfico de drogas, Vandervaldo Ferreira Gomes, de 31 anos, disse ao G1 que a oportunidade de diminuição da pena de seis anos já é válida. “Voltarei a ser vendedor, mas a aprendizagem foi muito boa. Seremos os instrutores dos próximos presos que trabalharão e isso anima”, relata Gomes.
O projeto deve continuar e novos presos serão selecionados. Segundo o diretor geral da Casa de Detenção, Sidnei Teodoro Sebastião, o local para a confecção das peças deverá ser ampliado. “Temos a intenção de preparar um lugar só para isso. Um ambiente organizado para a produção das peças”, adianta Sidnei.
Atualmente há 270 homens presos na instituição, nos regimes fechado e semiaberto. A cada três dias trabalhado a pena é reduzida em um dia.
Sela produzida por presidiários de Cacoal (Foto: Paula Casagrande/G1)Sela produzida por presidiários de Cacoal (Foto: Paula Casagrande/G1)

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