Ciclo da borracha e da cassiterita foi responsável pelo povoamento.
Soldado da borracha tem saudades da época da exploração do látex.
Centro comercial de Ariquemes (Foto: Semcom PMA/Divulgação)
Abidias Avelino de Azevedo, de 91 anos, conta que saiu do Rio Grande do
Norte e chegou a Manaus, AM, em 29 de novembro de 1943 para trabalhar
na exploração do látex. Azevedo fez parte dos milhares de pessoas que
migrou para a região amazônica para extrair borracha, em nome do Tratado
de Washington, durante a segunda guerra mundial, e receberam o titulo
de soldado da borracha.O aposentado lembra que ficou dois anos na capital do Amazonas e veio para o então Território Federal do Guaporé. Na busca de novos seringais, Azevedo chega a ao bairro Marechal Rondon, na época chamada de Vila Velha.
"A Vila Velha, que hoje é o Bairro Marechal Rondon era toda a cidade de Ariquemes. Só existia esta vila, o resto era seringais e mata. No começo as pessoas vinham para cá por causa da borracha, o ouro branco da Amazônia e o cidade ia enchendo de gente", explica.
O soldado da borracha aposentado foi casado durante 16 anos e ficou viúvo. Ele teve oito filhos e atualmente diz que vive na tranquilidade da idade e lembra com saudade da época da exploração da borracha. "Ainda tenho vontade de cortar seringa, pois foi a profissão que tive a vida inteira. Ainda sonho cortando seringa", revela.
Francisco, à esquerda, e Abidias são pioneiros (Foto: Eliete Marques/G1)
Já Francisco Vieira, de 77 anos, participou do ciclo da exploração de cassiterita. Ele conta que saiu de Manaus para morar em Ariquemes há cerca de 40 anos.Vieira expõe que quando chegou a Vila Velha existiam muitos seringalistas desempregados, pois o governo não manifestou mais tanto interesse na produção da borracha depois da segunda guerra.
Nesta época um novo ciclo econômico atraia pessoas do país inteiro. "Vim para cá para tentar ganhar a vida no garimpo, mas nunca tive sorte nesta produção", explica.
Vieira conta que ficou durante 25 anos no garimpo e como não conseguiu ganhar dinheiro, como planejado, foi trabalhar no mato e depois na prefeitura. "Trabalhei roçando mato e depois fui guarda durante 13 anos", diz.
O ex-garimpeiro destaca os ciclos da borracha e do garimpo como os principais para o povoamento da cidade. "As pessoas estavam em busca de melhores condições de vida e vinham para cá trabalhar. Foram eles, ou melhor, nós que começamos a cidade e ajudamos no desenvolvimento econômico do município", enfatiza.
Vista do barracão Bom Futuro construido à margem do rio Jamari para o
abastecimento dos seringueiros (Foto: Reprodução/Álbum pessoal)
Rio Jamariabastecimento dos seringueiros (Foto: Reprodução/Álbum pessoal)
De acordo com o professor de história Washington Heleno Cavalcanti, o Rio Jamari é o principal rio de Ariquemes e começou a ser explorado por volta de 1900, no primeiro ciclo da borracha.
Em 1909, a comissão de Marechal Rondon, começa a construir as linhas telegráficas, o que facilitou a comunicação entre os seringais da região e Mato Grosso. “Naquela época o rio Jamari era responsável pelo transporte de pessoas e cargas”, explica Cavalcanti.
Atualmente o professor destaca que o rio ainda é de fundamental importância para o município. “O rio mantém a cultura ribeirinha e proporciona o abastecimento de água para toda a cidade”, enfatiza.
Boa tarde.
ResponderExcluirParabéns pela postagem.
Sempre que possivel procuro conhecer mais sobre a história de Ariquemes e dos municipios do Vale do Jamari, principalmente tudo do que trata do periodo compreendido pelos Ciclos da Borracha. Esta é a primeira imagem (foto) de um barracão de seringal na região de Ariquemes que tenho noticias.
Se desejar trocar conhecimentos no que se refere aos ciclos da borracha, por favor entre em contato, desde já obrigado pela atenção.