MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 21 de outubro de 2012

Materiais utilizados em casa acumulam bactérias e fungos


Fabiana Mascarenhas A TARDE

  • Gildo Lima| Ag. A TARDE.
    Materiais são focos de micro-organismos que fazem mal à saúde
Quando questionada com que periodicidade faz a troca da esponja utilizada para lavar louças, a dona de casa Mariluce Menezes, 50 anos, titubeia: "Acho que troco por uma nova todo mês. Não, é mais. Na verdade, não sei exatamente", diz. Assim como Mariluce, muitas pessoas acabam  não tendo noção do tempo de troca de determinados  utensílios e materiais utilizados dentro de casa no dia a dia.
O problema é que esponjas, panos de prato, toalhas de banho e rosto, travesseiros, celulares, controles remoto, entre outros materiais e aparelhos, costumam acumular milhares de bactérias e fungos que são prejudiciais à saúde humana e podem transmitir doenças como gripe, resfriado, diarreia, ou problemas mais graves, como cólera e pneumonia.
Pontos como a pia da cozinha, por exemplo, costumam conter 100 mil vezes mais germes do que um banheiro, por estar contaminada por restos e sujeira. Tábuas de cortar alimentos têm 200% mais coliformes fecais do que assentos de privada. Conhecedor do assunto, o infectologista Roberto Martins Figueiredo, o doutor Bactéria, garante em seu livro "Um guia para passar sua vida a limpo", que uma única gota tirada de uma esponja de cozinha em uso chega a acumular 450 milhões de bactérias, muitas das quais têm origem fecal.
Pesquisa - O Global Hygiene Council, grupo formado por especialistas internacionais em higiene estima, por exemplo, que entre 50% e 80% das doenças alimentares tenham origem em casa. Além da falta de consciência e conhecimento sobre o tempo de troca dos materiais, um outro problema sério aumenta os riscos: o fato de muitas pessoas não terem o hábito de lavar as mãos com frequência.
Estudo lançado este mês na Grã-Bretanha (Universidade Queen Mary e patrocínio de uma marca de sabonetes) aponta que cerca de um em cada dez britânicos pesquisados carrega em suas mãos a mesma quantidade de germes de uma privada suja. A pesquisa identificou coliformes fecais em, pelo menos, 26% dos entrevistados, em 14% das notas de dinheiro e em 10% dos cartões de crédito analisados.
"As pessoas dizem que lavam suas mãos, mas as pesquisas mostram que não e apontam o quão fácil esses patógenos (agentes causadores de doença) são transmitidos, sobrevivendo em dinheiro e cartões", informou Ron Cutler, que liderou a pesquisa britânica na Universidade Queen Mary. Em média, as mãos carregam cerca de três mil tipos diferentes de bactérias de mais de 100 espécies, segundo pesquisadores americanos. Muitos desses tipos não são nocivos, mas a higiene das mãos é essencial para evitar que os germes que causam doenças não sejam transmitidos.
De acordo com o coordenador da equipe de infectologia do Hospital Espanhol, Carlos Brites, medidas higiênicas simples, como limpeza regular de ambientes e utensílios, higiene pessoal adequada e a lavagem das mãos com frequência, principalmente antes de manipular alimentos, ajuda muito a reduzir os riscos. "Lavar as mãos, por exemplo, deve fazer parte do dia a dia. É uma das medidas de prevenção mais eficazes para evitar a contaminação", diz.
E isso é comprovado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O hábito de lavar as mãos é considerado pelo órgão uma das medidas de melhor custo-benefício para controlar doenças em todo o mundo. Pode, ainda, salvar mais de um milhão de vidas anualmente - perdidas, por exemplo, com diarreias e infecções respiratórias.

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