MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Insegurança alimentar atinge 283 mil na BA


Hieros Vasconcelos Rego A TARDE

  • Lúcio Távora | Ag. A TARDE
    Na Praça da Piedade, famílias sem auxilio continuam em situação de fome
O relatório O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2012, produzido pelas Organizações das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (ONU - FAO) e divulgado em Roma, no último dia 9, mostra que houve uma diminuição no número de pessoas que passam fome ou sofrem de desnutrição no Brasil. O País conseguiu reduzir o percentual de subnutridos de 14,9%, no período de 1990 a 1992, para 6,9%, nos anos de 2010 a 2012.
A taxa caiu de 23 milhões de brasileiros subnutridos, entre os anos de 1990 e 1992, para 13 milhões, entre 2010 e 2012, de acordo com a publicação elaborada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e o Programa Alimentar Mundial (PAM).
Na Bahia, os números também diminuíram. Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Pnad/Bahia, de 2004 a 2009,  de 4,7 milhões, pelo menos 1,3 milhão de baianos se livraram da fome. Em contrapartida, 2,3 milhões de baianos ainda vivem em extrema pobreza. Apesar da diminuição do número de famintos,  outro dado  preocupa os nutricionistas, que comemoraram, nesta terça-feira, 16, o Dia Mundial da Alimentação: 283 mil baianos passaram a ter problemas com a qualidade e variedade de alimentos, aponta o Pnad.
A nutricionista da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), Jainei Silva, explica que a insegurança alimentar é classificada em três tipos: grave, quando falta o alimento e a família não tem condições financeiras para comprar nem tem qualquer outro meio de se alimentar.
O tipo médio, quando a família tem condições de comprar o alimento mas não sabe se, no dia seguinte, terá também. E o tipo leve, quando a família tem condições de comprar o alimento, mas não atenta na qualidade.
"A insegurança alimentar leve é ainda mais grave. Cerca de 50% da população baiana já tem traços de sobrepeso ou obesidade. As pessoas passaram a ter poder aquisitivo, mas se alimentam de forma errada. Geralmente, abusam do açúcar, do sal, da gordura e dos alimentos industrializados", afirma. Segundo a nutricionista, há um mito de que a comida mais cara é a mais saudável,  a que tem qualidade. "Isso precisa ser desmistificado. Esse é um processo causado pela mídia, que divulga, todo o tempo, alimentos gordurosos que chamam a atenção de crianças, por exemplo", disse.
Mundo - Segundo o relatório da FAO, quase 870 milhões de pessoas passam fome no mundo. A média de subnutridos representa 12,5% da população mundial. Mas os percentuais aumentam para 23,2% nos países em desenvolvimento e caem para 14,9% nas nações desenvolvidas. No Brasil, na contramão da diminuição dos que passam fome, o peso dos brasileiros vem aumentando nos últimos anos. Em 2009, uma em cada três crianças de 5 a 9 anos estava acima do peso recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O excesso de peso foi mais evidente nos homens com maior rendimento.
Programação - A Sedes realiza, até o dia 19,  um ciclo de atividades diárias, de caráter socioeducativo, para marcar a semana mundial da alimentação.  O objetivo da ação é promover práticas alimentares saudáveis e sustentáveis entre a população beneficiária dos restaurantes populares, Centros Sociais Urbanos (CSUs) e Unidades de Inclusão Socioprodutiva (Unis).
Para a superintendente de Inclusão e Assistência Alimentar da Sedes, Marlúcia Nunes, a Bahia vive um momento histórico, onde a Política de Segurança Alimentar e Nutricional (Psan) do Estado está sendo consolidada.

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