MEDIÇÃO DE TERRA

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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Igreja autoriza candidatura e padre é eleito prefeito de Maués, no Amazonas


Padre Carlos foi eleito prefeito de Maués com 7.621 votos (35,17%).
Segundo ele, funções de padre ficam suspensas enquanto ele for prefeito.

Marcos Dantas Do G1 AM

Padre Carlos é primeiro sacerdote eleito prefeito da história do Amazonas (Foto: Divulgação / Assessoria)Padre Carlos foi eleito de Maués (Foto: Divulgação/Assessoria)
O município de Maués, a 356 km de Manaus, vai ter, a partir do dia 1º de janeiro de 2013, o primeiro prefeito padre do Amazonas. O candidato Padre Carlos (PT) venceu a disputa majoritária em Maués com 7.621 de votos (35,17%), com mais de 10% de folga para o segundo colocado, Júnior Leite (PDT), que teve 5.438 votos (25,09%), de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral.
Em entrevista ao G1, padre Carlos disse que o fato de ser padre aumenta ainda mais sua responsabilidade. "Por eu ser padre, a responsabilidade é maior, e inclusive por causa disso, fui alvo de vários ataques durante minha campanha. Não serei prefeito dos católicos, mas sim dos mais de 50 mil habitantes de Maués".
Ainda segundo Padre Carlos, sua candidatura foi um pedido do povo. "O último governo da cidade deixou muito a desejar. Diante disso, surgiu um apelo popular em razão do trabalho social que já realizávamos aqui. As pessoas que viram como conseguimos, juntos, construir a igreja de Maués fez a campanha com a gente. Durante nossa caminhada, não tínhamos militantes pagos, todos eram voluntários que acreditavam na nossa vitória".
De acordo com ele, na reta final de sua campanha, já era possível sentir a vitória nas ruas. "Todo o apoio que recebemos nas ruas, somado às pesquisas, que apontavam nossa vitória com cerca de 3 mil votos de vantagem sobre o segundo colocado, nos fez ter muita confiança na reta final", comentou.
O sacerdote disse que demorou a se dar conta de que tinha vencido a eleição. "A ficha só começou a cair quando estava fazendo meu discurso na praça central do município. Vendo a multidão invadir a praça me dei conta de que agora sou prefeito de Maués", disse.
Novo prefeito de Maués disse que vai priorizar saúde e educação no município (Foto: Marcos Dantas / G1)Novo prefeito de Maués disse que vai priorizar saúde e educação no município (Foto: Divulgação/Assessoria)
Ele contou que não foi fácil obter a permissão para se candidatar à Prefeitura. A legislação canônica (lei da Igreja Católica), que é uma espécie de Constituição da igreja que orienta os sacerdotes e outros membros do clero quanto a sua conduta orienta, no parágrafo 2 do artigo 287, diz que os clérigos "não tomem parte ativa em partidos políticos ou na direção de associações sindicais, a não ser que, a juízo da autoridade eclesiástica competente, o exija a defesa dos direitos da Igreja ou a promoção do bem comum".
Como a própria lei da Igreja deixa claro, um padre, por exemplo, pode se candidatar desde que previamente autorizado por seus superiores. No caso do Padre Carlos, Dom Giuliano Frigeni, que é o bispo Parintins, que responde pela Diocese de Maués, autorizou o sacerdote a concorrer nas eleições, depois de uma longa conversa, como ele mesmo conta. "Diante do pedido do povo, decidimos levar a diante a candidatura, mas para isso foi preciso um ano de conversa com o bispo de Parintins para que ele me concedesse uma autorização. Apesar de ser bastante tempo, não encontrei resistência por parte dele para concorrer", afirmou.
Padre Carlos assume a Prefeitura de Maués no dia 1º de janeiro de 2013 e diz que vai começar a fazer as modificações prometidas em campanha já no primeiro dia de trabalho. "Vamos sentar com a sociedade, com os vereadores e dar a cara nova que Maués está precisando. Minhas primeiras metas como prefeito são de imediato melhorar a saúde e a educação no município que estão passando por um momento de crise. Vou cuidar do povo de Maués", completou.
Segundo ele, enquanto for prefeito, ele vai ficar afastada das funções de padre, porém, ele  vai continuar sendo sacerdote. "Eu tenho muito orgulho de ser padre, e logicamente, gosto do que faço. Gostaria muito de continuar celebrando as missas, porém, isso não será possível nas celebrações abertas. Mas vou conversar com os bispos e ver qual a possibilidade de celebrar as missas de capela", finalizou.

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