MEDIÇÃO DE TERRA

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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Festa do Lambe Sujo e Caboclinho atrai turistas e pesquisadores em SE


Disputa entre índios e negros faz parte da cultura da cidade de Laranjeiras.
Manifestação popular é realizada há mais de um século.

Do G1 SE

A cidade de Laranjeiras(SE), distante a 19 km de Aracaju e localizada na região do Vale do Cotinguiba, celebrou neste domingo (14) mais uma vez a festa secular do Lambe Sujo e Caboclinhos. Turistas e pesquisadores de diferentes partes do estado foram à cidade histórica para celebrar e conhecer um pouco mais da cultura regional.
A manifestação popular relembra uma luta imaginária entre os negros escravos africanos e indígenas da região. Os brincantes da festa que se caracterizam como escravos pintam o corpo com tinta preta e melaço de cana além de utilizarem foices que simbolizam a liberdade do povo, já os caboclinhos pintam o corpo de vermelho e se vestem como índios, utilizando saiote e colar de penas.
Para a estudante de mestrado, Mirtes Menezes, a festa foi uma ótima oportunidade para coleta dados para a pesquisa acadêmica. “Essa pesquisa vai servir para eu construir um artigo acadêmico da área de Ciências Sociais sobre as tradições culturais do nosso estado. O Lambe Sujo e Caboclinhos é uma festa singular em um ambiente plural, sendo muito importante para a preservação da história”, declara a estudante.
A festa começa logo pela manhã quando negros e índios percorrem as ruas de Laranjeiras pedindo aos comerciantes alimentos que servirão para o preparo de uma feijoada que é servida no dia da festa. Ao meio dia os lambe-sujos vão à mata da cidade para tirar a taquara (planta semelhante ao bambu) e, no meio da tarde, constroem uma cabana que abrigará a batalha final. Durante todo o cortejo, os brincantes tocam instrumentos percussão.
O momento mais esperado é o combate entre as duas tribos que ocorre no final da tarde. Na luta representativa, os índios ganham o embate.
“Antigamente os negros ganhavam no combate, mas por uma recomendação da policia da época, os escravos deveriam perder a batalha para que eles pudessem continuar com as manifestações populares. Também para que a vitória dos negros não servisse de estimulo e assim revoltassem os outros negros a lutarem contra a escravidão” explica o representante dos Caboclinhos, Evandro de Jesus.
O rei dos Lambe Sujos, Givaldo Santos, ressalta que essa manifestação tem mais de um século e a cada ano, o povo ajuda a resgatar a cultura de Laranjeiras.

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