Disputa de posse de fazenda gera clima de tensão no Pará

Fazendeiros reclamam de demora em cumprir determinação da Justiça.
Os sem-terra querem a desapropriação da área.

Do Globo Rural

A  disputa da posse de uma fazenda no município de Curionópolis, no sudeste do Pará, deixou o clima tenso entre criadores de gado e agricultores sem-terra no estado. Os fazendeiros reclamam da demora do governo em cumprir uma determinação da Justiça e os sem-terra querem a desapropriação da área.
Os donos da propriedade denunciam que todo o arame da cerca foi arrancado pelos sem-terra e o pasto queimado. Para evitar mais prejuízos todo o gado foi retirado da fazenda e os funcionários transferidos para outra propriedade.
O grupo está acampando na fazenda desde agosto de 2010. Na época, os sem-terra pediam a desapropriação de uma fazenda que fica na região. Como não conseguiram entrar na propriedade, invadiram a vizinha. No mesmo período, o INCRA fez um acordo com os donos da fazenda. Os sem-terra permaneceriam acampados no local durante um período até que o problema deles fosse resolvido.
O prazo para a desocupação venceu no dia 31 de dezembro de 2011, mas os sem-terra não saíram da propriedade e o acampamento, que hoje tem 500 pessoas, só cresce. Em abril deste ano, a juíza Claúdia Regina Moreira Favacho Moura, titular da região agrária de Marabá, determinou a manutenção de posse da fazenda e deu prazo de 40 dias para os sem-terra deixarem o local, o que não foi cumprido. Agora, os sem-terra querem a desapropriação da Fazenda Fazendinha e negam as acusações dos donos.
Por causa das ações de vandalismo que dizem terem ocorrido nos últimos dias, produtores rurais da região também estão acampados na propriedade. A superintendência do INCRA em Marabá, responsável pelo acordo firmado entre os sem-terra, e o proprietário da fazenda, não foram encontrados para falar sobre o assunto.