Bahia é 4º estado mais promissor no setor de beleza
Joana Oliveira e Mariana Mendes A TARDE
"Os empreendedores locais já têm representatividade em feiras e convenções de beleza nacionais e internacionais. Isso contribui para a implantação de grandes empresas no Estado, como a Avon e O Boticário, que pretendem abrir novos centros de distribuição aqui", avalia Shirley Lima, coordenadora de pesquisas no setor de cosméticos do Sebrae-Bahia.
Em agosto, o Grupo Boticário confirmou investimentos de R$ 650 milhões, sendo R$ 535 milhões destinados à Bahia, onde uma nova fábrica começa a ser construída em Camaçari e um centro de distribuição em São Gonçalo dos Campos.
Para Marcos Rodrigues, diretor da Central Mailing List, três fatores contribuíram para o crescimento do setor: o aumento da renda populacional, a popularização dos produtos e as mudanças nos hábitos de consumo. "Os brasileiros estão mais preocupados com a sua estética. Com a melhoria da renda da população, as empresas tornaram seus produtos mais populares, o que impulsionou o consumo", diz.
Fabrício Correia, presidente do Sindicato das Indústrias de Cosméticos e Perfumaria do Estado da Bahia (Sindicosmetic), afirma que a situação também é resultado de uma adaptação das empresas aos desafios impostos pela nova classe consumidora. "As empresas tiveram que se adaptar às mudanças do mercado, oferecendo produtos de boa qualidade, porém com preços mais acessíveis, o 'bom e barato'", explica.
Trabalho - O crescimento econômico do segmento se estendeu também ao mercado de trabalho. Segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), as oportunidades de emprego na área cresceram 278% nos últimos 16 anos.
Atenta a essas chances, Joilma Souza resolveu trocar a carreira de professora, há dois anos, para investir em um curso de cabeleireira no Instituto Embelleze, centro de formação profissional. "Entrei no curso sem saber sequer como segurar um secador. Hoje, tenho o meu próprio salão", conta Joilma, que, três meses após a formação, iniciou o negócio próprio e garantiu aumento de até R$ 1.200 em sua renda mensal.
O setor também ofereceu o primeiro emprego de Greiciane Souza. Ela entrou no Instituto Beleza Natural aos 18 anos e hoje, aos 21, faz faculdade de jornalismo para seguir carreira na empresa. "Aqui é possível crescer junto com a empresa. Em três anos já fui promovida duas vezes e espero crescer muito mais", conta a funcionária, que sonha em trabalhar no setor de comunicação do instituto após se formar.
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