MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 7 de outubro de 2012

Artesã sai da informalidade produzindo bonecas de pano


Empresária investiu R$ 10 mil em matéria-prima e máquinas de costura.
Empreendedor individual precisa faturar até R$ 5 mil por mês.

Do PEGN TV

Sair da informalidade é o sonho de muita gente que trabalha por conta própria. Milhares de brasileiros já conquistaram o CNPJ e hoje são empreendedores individuais.
Em Brasília, a artesã Francisca Alves produz as tradicionais bonecas de pano que ainda encantam a geração mais nova, e se formalizou como empreendedora individual.
Para construir o ateliê nos fundos de casa, a artesã investiu R$ 10 mil na compra de matéria-prima e três máquinas de costura. Ela faz cerca de 30 bonecas por mês, por preços que variam entre R$ 15 e R$ 115 – sem contar o valor sentimental.
“Considero uma filha porque eu começo um pano cru sem nada, é só um pano, e aí eu vou modelando e quando eu vou vestindo a roupa, colocando os laçinhos fazendo as tranças no cabelo vai dando vida, então cada uma delas que as é como umas filhas que estão saindo ai pelo mundo, multiplicação”, conta Francisca.
A artesã se formalizou no ano passado. Agora tem CNPJ e contribui com R$ 35 por mês para ter os benefícios da Previdência Social. Ela também participa de um projeto de capacitação: o Sebrae Empreendedor Individual (SEI).
“Eles estão me colocando para fazer oficinas de como controlar meu dinheiro, de como fazer boas vendas, de como melhorar atendimento ao cliente”, conta Francisca.
A empreendedora, que saiu da casa dos pais, em Chapadinha (MA), com 19 anos e o sonho de ser empregada doméstica, hoje se orgulha do negócio próprio, formalizado e com horário flexível.
“O que eu digo pras pessoas de fora é que acredite em si mesmo e que realmente não esperar que as coisas caiam do céu, tem que fazer acontecer”, conta.
Formalização
Para ser um empreendedor individual é preciso faturar até R$ 5 mil por mês e ter no máximo um funcionário. Até o final do ano, serão quase 3 milhões de empreendedores individuais no Brasil, Segundo o Sebrae, em 2014 o número deve superar 4 milhões.
“Eu acho que vários fatores contribuíram para esse grande crescimento, e esse novo empresário brasileiro que é o empresário individual. Um dos fatores fundamentais é a economia, o crescimento de mercado de consumidor brasileiro, esses mais de 40 milhões de brasileiros que foram ao mercado consumidor e que estão hoje com poder de comprar. Isso criou um grande mercado e uma grande demanda por serviços, por comercio eu acho que o EI é um pouco resposta a isso”, afirma Luiz Barretto, presidente do Sebrae.
O presidente do Sebrae diz que a capacitação é importante para o empreendedor individual ter longevidade no mercado.
“Você conhecer os seus concorrentes, conhecer o território o local onde você estar inserido, você ter uma relação cada vez de maior proximidade com seus clientes, saber a diferença entre o dinheiro o capital seu e o capital da empresa, todas essas noções básicas de gestão empresarial são fundamentais pra que ele tenha sobrevivência”, diz Barretto.
De acordo com um estudo do Sebrae, o empreendedor individual tem uma escolaridade maior que a média da população em geral. Quase metade tem ensino médio ou técnico. 43% trabalham em casa, quase todos não têm funcionários e a maioria deixou um trabalho com carteira assinada para ter um negócio próprio. Muitas mulheres, como Francisca, tomaram essa decisão para poder cuidar melhor da casa e dos filhos.
Crescimento
Além da longevidade e fortalecimento nos negócios, o empreendedor individual sonha agora em crescimento empresarial como a migração para microempresa.
Foi o que aconteceu com quase 50 mil pessoas, em todo país nos últimos três anos, inclusive com Cláudia Soares, doma de um ateliê também em Brasília. Ela investiu cerca de R$ 20 mil em equipamentos, estoque e móveis. Cresceu, e agora tem uma microempresa.
A empresária ensina patchwork para 25 mulheres, com foco no conforto das alunas e na qualidade do serviço. No ateliê não são utilizados retalhos: as bolsas, colchas e almofadas são feitas com tecidos especiais. O pacote com quatro aulas custa R$ 200. A empresa fatura R$ 80 mil por ano e 80% desse valor vem da demanda do curso.
A empresária faz 30 peças por mês, e vende a preços que vão de R$ 15 a R$ 800. Para crescer nos negócios, ela teve apoio do SEBRAE na criação da identidade visual do ateliê e desenvolvimento de um site.
“Eu acho que o que precisa realmente é persistência, fazer as coisas dentro das normas gerais no caso e ter persistência e amor no que faz”, aconselha.

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