Muitos deficientes deixam emprego por medo de perder benefícios do INSS.
Empresas reclamam da falta de candidatos qualificados.
Onei trabalha em um supermercado de Porto Velho
e espera assumir novas responsabilidades dentro
da empresa. (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)
Em Porto Velho sobram vagas para deficientes. Dos quase 800 membros associados na Associação de Deficientes e Familiares de Rondônia
(Asdef), apenas 40 pessoas estão empregadas. Empresas afirmam que falta
mão de obra qualificada para suprir as vagas em oferta para esse tipo
de demanda. De acordo com a Lei 8.213/91, empresas com 100 ou mais
funcionários devem reservar de 2% a 5% dos cargos para beneficiários
reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência.e espera assumir novas responsabilidades dentro
da empresa. (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)
A presidente da Asdef, Ruth dos Santos, conta que muitas empresas da capital recorrem a entidade em busca de candidatos, mas falta mão de obra qualificada. Outro problema que dificulta a contratação e a permanência dos empregos é o benefício financeiro que os deficientes recebem através do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). "A maioria prefere largar o emprego a perder o benefício", conta Ruth.
De acordo com Cleyanne Alves, responsável pelo recrutamento de deficientes em um supermercado da capital, muitos são pressionados pelas famílias a largar o emprego com carteira assinada por causa do benefício pago pelo INSS, cujo valor é menor que o recebido no emprego.
Segundo Cleyanne, em um ano e sete meses de funcionamento, o supermercado conseguiu fechar o quadro de vagas para deficientes uma única vez, mas por pouco tempo. "O concorrente acabou levando três dos nossos funcionários oferecendo um benefício a mais", conta Cleyanne, que salienta a grande rotatividade do preenchimento das vagas devido ao crescimento do número ofertas de empregos para deficientes físicos no mercado de trabalho de Porto Velho.
Segundo a Asdef, o recrutamento é realizado da mesma forma que acontece com os não portadores de deficiência. As entrevistas ocorrem com o auxílio de um intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras), no caso de deficientes auditivos, que são maioria. Após a contratação, os novos funcionários passam por um processo de inclusão e integração com os demais empregados.
Com experiência em dois supermercados, Onei Pereira de Souza é surdo e diz que não enfrenta dificuldades no trabalho. "Tudo depende do esforço de cada um. Estou na função de auxíliar de proteção e perdas hoje, mas eu planejo algo melhor para o futuro, quero assumir novas responsabilidades dentro da empresa", diz Onei por meio de uma intérprete.
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