MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Região do semiárido deve ter 20% menos chuva até 2040, diz relatório


Como tem 90% do território em semiárido, PE deve sofrer efeitos diretos.
Resultados e soluções do relatório serão discutidos em evento no Recife.

Do G1 PE
Um relatório divulgado pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, que reúne resultados de várias comunidades científicas especializadas em clima, lança um alerta para Pernambuco: a redução das chuvas em 20% e o aumento da temperatura em áreas do semiárido, até o ano de 2040. Diante da situação de urgência, o estado apresenta, nesta sexta-feira (21), no Recife, o documento “Base Científica das Mudanças Climáticas – Primeiro Relatório de Avaliação Nacional - Volume 1”.

De acordo com o presidente da Comissão Científica de Combate à Desertificação da Organização das Nações Unidas (ONU), Antônio Rocha Magalhães, ao contrário do que alguns céticos dizem, o problema do aquecimento global já é algo comprovado pela comunidade científica. “Já existe uma experiência grande, de milhares de cientistas que estão há várias décadas se aprofundando sobre a questão, com base em modelos muitos complexos. Já está comprovado que a atividade humana interfere no clima, que deve aumentar dois graus até 2100 ou pelo menos um grau e meio até 2040”, alertou.

O estado de Pernambuco, que tem mais de 90% do território localizado em área de semiárido e que possui um litoral com um nível muito baixo em relação ao do mar, é considerado pelos especialistas como um “hotspot”: uma área que sentirá mais fortemente os efeitos do aquecimento. Secas mais graves e problemas de erosão nas praias do Grande Recife já são alguns indícios de que a situação precisa ser estudada, para serem apresentadas soluções.

Sertão
Para o relatório, em relação ao Sertão pernambucano, a expectativa é de que a umidade diminua, fazendo com que a água acumulada no solo fique escassa tanto para a agricultura quanto para outras atividades. “Temos cem anos de experiência para lidar com a situação da seca e não podemos dizer que estamos totalmente adaptados. Precisamos reforçar o que temos feito e enfrentar novos desafios”, contou Antônio Magalhães.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, Sérgio Xavier, o estado já vem tomando algumas medidas para enfrentar os efeitos do aquecimento, como o 1º Plano Estadual de Mudanças Climáticas - um documento que define tarefas do governo, das empresas e da sociedade, pioneiro no Brasil.

Nesta sexta-feira, o governador Eduardo Campos deve lançar o projeto de triplicação do Parque do Horto de Dois Irmãos, no Recife, como uma das medidas de preservação. Em relação às praias, já está em andamento o projeto de recuperação das faixas de areia do trecho que vai de Jaboatão a Paulista, no Grande Recife. No Semiárido temos vários programas.

Além do governo, a população também pode tomar atitudes para enfrentar os problemas. “Cada um pode fazer muita coisa; um dos grandes problemas do aquecimento global é a emissão de gases do efeito estufa, que são gerados na produção de energia. Portanto, deve-se economizar combustível, andar de bicicleta, separar lixo, fazer a sua parte do dia a dia, escolhendo produtos mais saudáveis”, comentou Xavier.

O encontro para discutir os resultados do relatório e apontar medidas de enfrentamento acontece no Hotel Ondamar, em Boa Viagem, na Zona Sul da capital, a partir das 9h. O evento é aberto ao público.

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