O neurocirurgião relatou o problema em uma rede social.
Estado diz que bairro tem problema com insetos e dedetiza o local.
Cirurgião desabafa após ver moscas em sala de
cirurgia. (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
O neurocirurgião Paulo Roberto Paiva, revoltado com a estrutura do Hospital São Lucas, em Vitória,
resolveu relatar sua indignação na internet. No seu perfil do facebook,
ele disse que até mosca foi vista dentro de uma sala de cirurgia. “A
saúde está um caos. O Hospital São Lucas estava insuportável. A sala de
emergência, lotada, e o Samu trazendo mais pacientes graves a cada
minuto. É o verdadeiro rascunho do inferno”, desabafou.cirurgia. (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
O médico trabalha na unidade há 20 anos. “Imaginem o pessoal do Samu atendendo um paciente acidentado em estado grave, de moto ou automóvel, entubam e ressuscitam o paciente e resolvem levar para o São Lucas. Lá, se deparam com um congestionamento de macas, tentando entrar no hospital. Imagine o desespero desses profissionais. O negócio está insuportável”, disse o médico.
Ele diz que os pacientes internados nos corredores correm mais risco de ter infecções. “O que encontramos ali é uma situação desumana. Pacientes deitados em macas baixas, a 10 ou 20 centímetros do chão. Estão predispostos a uma infecção hospitalar”, comentou.
Outro problema grave relatado é o centro cirúrgico cheio de moscas e mosquitos. “Além dos mosquitos, passaram a aparecer moscas. É um absurdo. Isso me levou ao desabafo. Na segunda-feira (10), fiz uma cirurgia de crânio e essas moscas ficaram sobrevoando o campo operatório. A enfermeira ficava abanando enquanto eu operava”, disse.
No hospital, parentes reclamam que não é fácil ver uma pessoa querida sofrendo em uma maca, no corredor do hospital. “A gente se sente um lixo ao ver ele no corredor. Vemos que aumenta a dificuldade para ele melhorar”, diz o eletricista e amigo de paciente Vinícius Augusto Teixeira. A auxiliar administrativo e irmã de paciente Rosângela Maria da Silva também reclama. “Penso que o ser humano teria que ter mais valor. A gente paga imposto em cima de tudo”, disse.
O médico Paulo Roberto Paiva ainda comenta que a saúde no estado “chegou ao fundo do poço”. Em junho de 2010, o São Lucas foi transferido para o Hospital da Polícia Militar (HPM). A Secretaria de Estado da Saúde prometeu reformar a unidade. A promessa era a obra pronta em um ano, mas já se passaram dois anos e o hospital novo não foi entregue.
Sobre as moscas, o secretário disse que o bairro o problema com insetos e que o prédio é dedetizado quatro a cinco vezes por ano. “Uma hora ou outra, isso pode acontecer, mas nós já pedimos para a direção que justificasse a reclamação do colega médico”, respondeu Marino.
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