Juliana Brito
Claro - Uma ligação para celular de outra operadora custa na Claro de R$ 0,93 a R$ 0,35 (pós-pago) e R$ 1,60 (pré-pago), ou seja, a diferença pode chegar a 457%. A empresa disseque nos planos pós-pagos o valor da ligação varia de acordo com os minutos contratados.
TIM - a diferença entre pré-pago (R$ 1,59 o minuto) e pós-pago (R$ 0.99 o minuto além da franquia) é de 62,2%.
A Vivo - cobra na ligação feita pelo pré-pago R$ 1,34 e R$ 1, 34 no pós-pago (pelo excedente da franquia). A empresa respondeu, por e-mail, que a tarifa de interconexão, que define o quanto a ligação custa para a operadora, é definido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A diferença entre a tarifa básica e o preço final é definido por cada operadora, de acordo com sua política comercial.
A Oi não se pronunciou até o fechamento da edição.
Tarifa por ligação - Dados da última pesquisa sobre o tema realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), em 2010, mostravam que mesmo o valor mais caro do minuto no pós-pago (R$ 1,10) era ainda mais barato que o valor mais baixo na opção pré-pago (R$ 1,39).
"O que é interessante, nesse intervalo de dois anos, é a popularização da cobrança por ligação ao invés de por minuto nas linhas pré-pagas. Isso faz diferença nessa balança. Por outro lado, é muito maior a quantidade de vezes que essas ligações caem. Um relatório da Anatel apontou isso sobre as ligações do TIM Infinity, que caiam quatro vezes mais que as outras ligações feitas em outros planos da operadora", observa a advogada do Idec, Veridiana Alimonti.
Mercado - O alto custo da ligação pela linha pré-paga é mais grave porque 81,3% dos 240 milhões de linhas habilitadas no Brasil são desse tipo. Essa opção é mais utilizada pelos consumidores das classes C (94%), D e E (98%), de acordo com pesquisa do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br).
Para a advogada da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste), Flávia Lefevre, há uma distorção nesse cenário. "Essas pessoas (classes C, D e E) não vão para o pós-pago porque não têm condição de pagar uma assinatura. Por causa do preço da tarifa, acabam usando a linha basicamente para receber ligações, mas é o dinheiro gasto por esses usuários do pré-pago que subsidia outras atividades das operadoras".
Bônus - O funcionário público Tom Alcântara sempre usou celular pré-pago e chegava a gastar R$ 300 por mês com a recarga de uma única linha. Assim como muitos consumidores, ele resolveu adquirir quatro linhas de diferentes operadoras e economizar com os bônus. Tom afirma que hoje gasta menos de um terço do valor, que antes despendia em recargas. "Não fico incomunicável em nenhum momento", conta.
Para a advogada do Idec, Veridiana Alimonti, isso está longe de ser uma solução. "É uma adaptação do consumidor, mas não é o ideal. Olhe só o trabalho que se tem para poder falar com outras operadoras", diz Veridiana.
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