País deve alcançar posto de maior produtor mundial da cultura.
Próxima temporada agrícola começa marcada por otimismo no campo.
Lançamento de plantio de safra 12/13 de soja em MT foi nesta segunda (Foto: Leandro J.Nascimento/G1)O estado foi o primeiro a colocar as máquinas no campo e sozinho deve produzir 24,1 milhões de toneladas das 81 milhões de toneladas projetadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos para o Brasil em 2013. A unidade federada ofertará aproximadamente 30% da produção brasileira.
Glauber Silveira, presidente da Aprosoja Brasil, diz que apesar de uma safra recorde já anunciada, o país ainda enfrenta problemas para alavancar a competitividade do agronegócio. "Sem dúvida a falta de infraestrutura e logística sempre serão o item número um dos gargalos do Brasil, não só para a sojicultura, dificultando o escoamento da produção e levando a prejuízos", avaliou o representante.
Clima virou palavra de ordem entre os produtores. Na temporada 2011/12, fatores como o La Niña puxaram para baixo o desempenho das lavouras de soja pelo Brasil e provocaram perdas na ordem de 8,94 milhões frente a 2010/11. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foram colhidas 66,38 milhões de toneladas, resultado 11,8% inferior ao verificado em 2010/11.
“Esta safra será um marco para o Brasil e torcemos para que o clima não seja problema. Há bons preços e um cenário favorável”, afirmou Silveira, durante a solenidade de lançamento do plantio.
O país começa a temporada agrícola beneficiando-se da quebra produtiva registrada em países como os Estados Unidos – gigante da produção mundial. Preços da commodity em alta e a perspectiva de se ofertar a maior safra de soja na história fazem os trabalhos no campo ganharem impulso.
“Para se definir uma boa safra é preciso ter tecnologia, investimentos e clima”, afirmou Laércio Pedro Lenz, produtor rural e presidente do Sindicato Rural de Sorriso. Somente o município deve produzir em 2012/13 em torno de 2,2 milhões de toneladas da oleaginosa.
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Mendes Ribeiro Filho, afirmou que o país vai alcançar status jamais visto com a próxima safra de soja. “Será bom se encontrarmos o centroavante e fizermos o gol”, afirmou.
Ele reconheceu que os problemas logísticos engessam a atividade. "Temos problemas logísticos sim, mas não são de 30 dias, 60 ou 90 dias atrás e sim de anos", complementou.
Largada oficial da semeadura ocorreu em Sorriso com vinda do ministro (Foto: Leandro J.Nascimento/G1)O economista do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca, lembra que a conjuntura atualmente é uma das mais favoráveis ao agricultor brasileiro. "Essa é uma das safras mais otimistas da história e há pelo menos dez safras não entramos tão animados", avaliou.
No estado onde a largada oficial foi iniciada, a semeadura da soja chega a 0,6% dos 7,8 milhões de hectares, de acordo com o acompanhamento do Imea. A área ocupada pela cultura é 11,6% superior à destinada em 2011/12, quando alcançou 7 milhões de hectares. Já a produção deve crescer 13% perante 2011/12.
“Entramos em um novo ciclo otimistas, mas o produtor também deve ter cautela. Possivelmente os preços voltem ao padrão normal, mas não sabemos nem quando e como. Na hora de começar a travar seus negócios para a safra 2013/14 é preciso tomar cuidado”, alerta o economista do Imea.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho no Estado (Aprosoja Mato Grosso), Carlos Fávaro, observa que o produtor deve-se manter cauteloso diante do cenário que deve se desenhar no próximo ano. Para o dirigente, o segundo semestre do ano deve ser tratado de forma cautelosa diante das adversidades de mercado que podem incidir sobre os últimos seis meses do ano.
Até 2022 somente Mato Grosso deve produzir 62% a mais de soja, chegando a safra em 39 milhões de toneladas, fazendo sua participação chegar a 40% da safra nacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário