MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Livro conta história da escravidão no Estado e país


Obra foi pesquisada por seis anos, no Arquivo Público do Estado.
Lançamento será na sede do arquivo, na Rua de Nazaré.

Do G1 MA, com informações da TV Mirante

Documentos que contam a história do Maranhão foram recuperados, catalogados por pesquisadores do arquivo público estadual, e vão ser lançados em livros. Nas duas obras é possível encontrar registros da história da escravidão no Estado, e da vida política, administrativa e social do Maranhão, nos períodos do Brasil colônia e do império.
Os livros já são considerados best sellers do arquivo público do estado. O "Repertório de documentos para a história da escravidão no Maranhão" é um destes. Com 591 páginas, ele levou seis anos para ficar pronto e isto só foi possível por causa dos milhares de documentos guardados no arquivo, datados séculos XVIII e XIX. A obra é uma espécie de diário de um período em que tudo girava em torno do trabalho escravo.
E de que região da África onde vieram os negros?. Guiné Bissal, Cahel, Angola... Havia o preto ladico, aqueles que já conheciam um pouco da língua e de alguns costumes. Não eram da preferência dos senhores, porque influenciava os outros a formar quilombos. Havia também os negros boçais- que não tinha nenhum conhecimento- eram os preferidos.
A historiadora Helena Espínola é uma das 13 pessoas que elaboraram o livro. “Ele vai indicar fontes para quem quer conhecer a história da escravidão no Estado. Não é só do escravo, mas da escravidão de modo geral, porque o escravo livre, forro, nós relatamos no livro. Pegamos toda a documentação referente a escravos, tanto os que já haviam conseguido essa liberdade, como os que ainda viviam a serviço de seus senhores e os filhos destes escravos. Então ele é bem abrangente”, disse a especialista.
Foi um período em que o negro era o centro das atenções, moeda de valor, porque como mão de obra barata, promovia o crescimento de todos os setores da economia. Mas não era respeitado como tal.
Os arquivos também registram passagens curiosas. Uma certa vez, 30 negros foram enviados como encomendas para a província de Pernambuco. Os responsáveis pela carga, como podia ser considerados o grupo de escravos, queriam pagar taxa baratas e não passagens, como reivindicavam os Correios. O caso foi parar num juiz de paz, que parecia trabalhar somente em função desta relação: negros e senhores.
Muitas vezes os escravos não suportavam tantos maus tratos e reagiam. “Através de fugas, do roubo, do crime. Eles assassinavam também. Nós temos vários relatos de escravos que assassinavam seu senhor”, explicou a historiadora.
O livro é um marco na história da escravidão e mostra, acima de tudo, o quanto os escravos não só no Maranhão, mas em todos os estados, contribuíram para o desenvolvimento do país. “Os escravos é que produziam. Trabalhavam na lavoura, na criação de animais, como domésticos, toda espécie de trabalho era feito pelos escravos. Tanto que a gente encontra correspondência dos senhores para o governo, pedindo mais entrada de escravos porque a lavoura estava decaindo pela falta de trabalho escravo.
O lançamento dos livros será às 18h, no Arquivo Público do Estado, que fica na Rua de Nazaré, no Centro Histórico de São Luís.

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