Setenta famílias vivem da profissão dos ferreiros em Potengi.
Na tarefa de moldar ferramentas, homens trabalham 15h por dia.
No município de
Potengi,
a 540 km de Fortaleza, 70 famílias vivem de uma profissão quase extinta
nas grandes cidades: a de ferreiro. Na principal rua de da cidade que
não dorme com os sons das batidas de foices, pás e enxadas, fica a
maioria das oficinas de ferreiros.
Francisco Ferreira, de 69 anos, trabalhou durante 20 anos como
ferreiro. Um dos mais antigos na atividade em Potengi, ele passou o
bastão da oficina para os dois filhos Edvan e Gilmar Ferreira. Mesmo
seguindo a profissão do pai, Gilmar resolveu montar um comércio para a
mulher e já pensa em um futuro diferente para o filho de quatro anos.
“Eu quero que ele pegue outro ritmo para o trabalho. Ferreiro é pesado”,
afirma.
As mãos calejadas desses cearenses transformam o silêncio do interior
em batidas conhecidas na cidade formada principalmente por agricultores e
servidores públicos. Os ferreiros chegam a trabalhar 15horas diárias
para ganhar R$ 500 por mês. Muitos começam a trabalhar nas primeiras
horas do dia e só param para almoçar. “Dou uma pausa às 11h para almoçar
e emenda de novo. Aí, já ganha mais para aguentar o mês todinho num
'rojão' só ”, conta.
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