Magistrados brasileiros homenageiam juíza Patrícia Acioli, em Manaus

Magistrados realizaram ato simbólico durante congresso sobre ambiente.
Juíza foi assassinada em 11 de agosto de 2011.

Do G1 AM

Autoridades plantaram muda de castanheira durante congresso (Foto: Divulgação/AMB)

Em ato simbólico, magistrados brasileiros e autoridades do setor de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas plantaram duas mudas de castanheira, na manhã desta sexta-feira (10), na área verde do Hotel Tropical, Zona Oeste de Manaus. O plantio é uma homenagem à vida de luta e dedicação plena da juíza Patrícia Acioli, brutalmente assassinada com 21 tiros, há exato um ano, por facções criminosas quando chegava em casa em Niterói (RJ).
A homenagem também representa o desejo dos magistrados na existência de leis mais severas para crimes brutais, que tem se tornado cada vez mais comuns no país, como os praticados às donas de casa, pais de família, crianças inocentes, arrastadas quilómetros a fio ou presas a um cinto de segurança.

A iniciativa ocorreu durante a programação do I Congresso Internacional de Magistrados sobre Meio Ambiente e contou com a presença do presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra, acompanhado pelo presidente da Associação dos Magistrados do Amazonas (Amazon), Aristóteles Thury e a titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (SDS), Nádia Cristina d’Ávila.
Além das mudas, foi instalada uma placa, marcando a data e a passagem da magistratura brasileira no local. Segundo o presidente da Amazon, Aristóteles Thury, a iniciativa é um marco que incentiva a luta por mais segurança para todos. “Estamos aqui plantando mudas importantes que serão lembradas por este evento. Além disso, deixamos no chão da Amazônia a lembrança viva de nossa colega assassinada há um ano”, declarou.
O evento reuniu mais de 700 congressistas discutindo e aprofundando temas acerca da Legislação Ambiental do Brasil e do exterior e discutir mudanças relacionadas ao Novo Código Florestal. Durante a programação, a estimativa da AMB é que 400 magistrados ainda vivam ameaçados no país por atuar na justiça.
Segundo o presidente da AMB, Nelson Calandra, reafirmou o empenho em zelar pela segurança da magistratura nacional e manter a lembrança de Patrícia Acioli. “Há um ano, rolam lágrimas de sangue dos olhos da Magistratura. Foram 21 tiros disparados contra a democracia e que levaram de nosso convívio Patrícia Acioli. Motivo que nos leva a trabalhar de maneira incansável para assegurar dignidade aos Magistrados, aos Promotores, Servidores e a toda sociedade”, afirmou.

Magistrados brasileiros participaram do ato simbólico (Foto: Divulgação/AMB)

Em setembro do ano passado, mais de 1.500 pessoas foram à Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Na época, foi criada uma Comissão de Juristas que preparam um anteprojeto para a reforma do Código Penal Brasileiro.
“Criamos uma Frente pela Valorização da Magistratura e, no final do mês de julho, conseguimos a sanção presidencial da Lei 12.694, que estabelece regras no intuito de proporcionar mais segurança aos Juízes e Desembargadores e define o julgamento colegiado em ações envolvendo o Crime Organizado”, relatou Calandra.
O presidente da AMB, Nelson Calandra, também anunciou a criação do Instituto Patrícia Acioli com o objetivo de preservar a memória da magistrada com data de lançamento a ser definida.