MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 25 de agosto de 2012

Criadores de cavalo crioulo disputam finais do Freio de Ouro na Expointer


30ª edição da competição reúne as melhores linhagens no RS.
Um único animal pode chegar a custar R$ 6 milhões.

Luiza Carneiro Do G1 RS

Freio de Ouro reúne melhores linhagens. Na foto, o ginete Gustavo Aranitsch durante a competição (Foto: Felipe Ulbrich/ABCCC)Freio de Ouro reúne melhores linhagens. Na foto, o ginete Gustavo Aranitsch durante a competição (Foto: Felipe Ulbrich/ABCCC)
A lida no campo com os rebanhos de gado inspirou criadores de cavalo da raça crioulo a criar uma disputa no Rio Grande do Sul. Na sua 30ª edição, o Freio de Ouro reúne as melhores linhagens dos animais em uma competição que visa ao mérito. O evento ocorre todos os anos durante a Expointer, em Esteio, e nesta edição comemora também os 80 anos da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC). Rápidos, fortes e inteligentes, os animais mascotes do gaúcho simbolizam a força e a beleza do pampa.
Quando o ginete entra na arena montado no cavalo, o público de centenas de pessoas urra como em final de Copa do Mundo. Ali, aos olhos da plateia, o bicho precisa mostrar seu melhor desempenho através de tarefas que imitam as cenas cotidianas do campo. Avaliado pela sua morfologia, que inclui angulações, tipicidade, aprumos e linhas, ele deve cumprir as atividades e mostrar também funcionalidade.
Em um dos momentos, dois bois são colocados na roda, e o animal precisa movimentá-los e domá-los, como na campanha. “Divididos por sexo, os bichos se apresentam por ordem de idade, do mais novo para o mais velho”, explica o jurado catarinense André Narciso Rosa, que há 12 anos julga o Freio de Ouro: “Os mais velhos normalmente são os melhores. Eles estão mais domados”.
A tradição da raça é típica da região. O cavalo crioulo foi por muito tempo uma ferramenta de trabalho e faz parte do contexto histórico do Rio Grande do Sul. “Foi ele quem cuidou das fronteiras do país e lutou nas guerras”, lembra o superintendente do serviço de registro genealógico da ABCCC, Rodrigo Teixeira.
Com o tempo, os criadores sentiram a necessidade de comparar seus animais e, dali, surgiu a ideia de criar o Freio de Ouro. A primeira edição ocorreu em 1982. “Era um tipo esculpido na natureza mais bruta”, descreve a exposição da Associação sobre as primeiras características do animal, há oito décadas.
Finais do Freio de Ouro ocorrem neste fim de semana (Foto: Felipe Ulbrich/ABCCC)Finais do Freio de Ouro ocorrem neste fim de semana
(Foto: Felipe Ulbrich/ABCCC)
Uma pesquisa divulgada recentemente pela ABCCC mostra que a criação da raça movimenta mais de R$ 1,28 bilhão e gera 238 mil empregos por ano em todo o país. Com um plantel de 315 mil animais brasileiros, cada exemplar crioulo é responsável por movimentar anualmente R$ 4.065,83. “Um único animal pode chegar a custar seis milhões de reais”, aponta Ricardo Borges, vice-presidente técnico.
Se avaliado por sua capacidade reprodutiva, os números são bem mais altos. “Eles também são vendidos por cotas”, explica Teixeira.
Em busca do Freio de Ouro
Antes de chegar à Expointer, a disputa é dividida em 65 etapas credenciadoras em todo o país e 12 eliminatórias regionais. Em 2012, o Freio de Ouro recebe 104 bichos. O vencedor é o que recebe mais pontos. “Nós não nos atrevemos a dar um prêmio quantificado. É impossível dizer que o Freio de Ouro vale um carro, por exemplo. Por isso o ganhador não leva dinheiro para casa. A conquista é o mais importante”, salienta Teixeira.
A novidade na competição deste ano são os exames antidoping. Avaliados durante as classificatórias, a organização quer garantir que os cavalos não sejam exigidos além do seu limite. Na opinião do jurado Rosa, este é um ano muito importante para o evento: “além do aniversário de 80 anos da ABCCC, nunca se viu tantos animais tão morfologicamente diferenciados”.
Neste sábado (25) ocorrem as etapas finais do Freio de Ouro. No domingo (26), o grande vencedor será conhecido entre 14 finalistas.

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