MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Comerciante do litoral ocupava cargo sem saber na Assembleia do RS


Reportagem flagrou funcionários que recebem salário sem trabalhar.
A situação também se repete no Congresso Nacional.

Giovani Grizotti Da RBS TV

Dona de um mercado no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, Sarajane Dalpiaz foi cargo de confiança na Assembleia Legislativa sem saber. É o que alega a própria comerciante em  gravação em que diz que sempre trabalhou na cidade de Maquiné. O caso é mais um que mostra o descontrole na atividade de assessores de deputados no estado. A denúncia foi feita em reportagem da RBS TV (veja o vídeo). Nesta terça, a Assembleia anunciou que vai limitar o número de servidores que podem trabalhar fora dos gabinetes.
Mesmo confirmando que só exerce atividade no mercado no litoral, Sarajane consta como cargo de confiança da Superintendência de Comunicação na Assembleia Legislativa até o final do mês de julho. Desorientada com as perguntas feitas pela equipe de reportagem, ela pediu auxílio ao marido Altair Santos, filiado ao PDT no município de Maquiné. Ele garantiu que a mulher trabalhou na Assembleia até o final do mês de julho. Ao ouvir a declaração do homem, Sarajane mudou a versão inicial.
"Eu trabalhava aqui no litoral. Eu ia na Assembleia. Era um cargo de comissão", disse Sarajane, que deixou o local quando perguntada para qual deputado ela trabalhava.
O chefe do setor de comunicação da Assembleia disse que nunca ouviu falar de Sarajane Dalpiaz. Em nota, Marcelo Villas Boas afirmou que recebia a efetividade da mulher mensalmente. "Temos recebido a efetividade, a cada mês, assinada pelo líder da bancada do PDT, deputado Gerson Burmann", conta Marcelo Villas Boas.
Procurado pela reportagem, o deputado Gerson Burmann, líder da bancada do PDT na Assembleia Legislativa, repassou a responsabilidade para o colega Paulo Azeredo. Ele não foi localizado para comentar as denúncias.
Os casos não são isolados. Oito assessores da Assembleia Legislativa dão expediente no diretório estadual do PDT, em Porto Alegre, em horário integral. Uma das funcionárias chegou a pular uma janela quando viu a chegada da reportagem da RBS TV.
"O acordo que os deputados fazem, não sei. Eu sou responsável pela parte burocrática, por todo o registro dos diretórios. O salário é pago sim pela Assembleia", garante a funcionária pública Hilda Mara Mendes Cidade.
A situação se repete no Congresso Nacional. Em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana, um assessor do deputado federal Onyx Lorenzoni foi flagrado trabalhando no diretório do Democratas. O deputado, que preside o partido no estado, demitiu o funcionário após a denúncia.
 Em Panambi, no Norte do estado, um assessor do deputado federal Darcisio Perondi, do PMDB, trabalha em horário integral como barbeiro. O deputado disse que não há irregularidade no caso e que o servidor faz assessoria à distância.
Depois das denúncias, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul anunciou nesta terça-feira (14) que limitará o número de servidores parlamentares que atuam fora dos gabinetes dos deputados. Segundo o presidente da Casa, Alexandre Postal, ficou determinado após reunião que o máximo seis poderão ser liberados. Cada deputado pode ter de 9 a 15 cargos de confiança.
Conforme o presidente da AL-RS, é de responsabilidade de cada parlamentar o controle de seus funcionários. Os cargos em comissão são nomeados pelos políticos. Segundo Postal, há valor fixo para o salário destes servidores. "Há valor fixo de R$ 2 mil a R$ 7 mil", disse.

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