Faixa etária mais crítica é dos 15 aos 19 anos.
Índice representa mais de 700 partos no primeiro semestre.
Camila Gisele Reis é mãe aos 16 anos
(Foto: Larissa Matarésio/G1)
Dos mais de 350 bebês que nascem por mês na Maternidade Municipal Mãe Esperança, em Porto Velho, 30% são de mães adolescentes. A faixa etária mais crítica é dos 15 aos 19 anos. Mas o que mais assusta a diretora da maternidade, Ida Peréa, é a gravidez de meninas com menos de 14 anos, que aumentou para sete ao mês, no primeiro semestre. Baixa escolaridade é um dos fatores que influenciam neste número, completa Ida.(Foto: Larissa Matarésio/G1)
No período de janeiro a julho de 2012 foram realizados mais de 2,4 mil partos na maternidade, sendo que mais de 700 deles foram de mulheres com faixa etária entre 10 e 19 anos, correspondendo a 30% do total de partos realizados no hospital.
“É um índice absurdo em todos os sentidos, deveríamos ter um número zero de partos nesta idade, mas a realidade é bem diferente”, afirma Ida. Ela esclarece que o índice de partos de grávidas adolescentes aumentou. “O número mais baixo que atingimos foi em março de 2010, com 25%. De lá para cá, esse número só tem aumentado”, conta.
É um índice absurdo em todos os sentidos, deveríamos ter um número zero de partos nesta idade, mas a realidade é bem diferente"
Ida Pérea, diretora da maternidade
A diretora da maternidade também completa que os índices de reincidência de gravidez na adolescência chegavam a 37% em 2009. “Quando percebemos que as jovens que estavam tendo filho muito novas voltavam antes dos vinte grávidas novamente, tomamos uma atitude drástica formando o Programa ‘De novo não’, que com trabalhos em grupo e individuais com psicólogos e acompanhamento médico, conseguiu reduzir esse número para 23%”, diz.
Desde cedo
Mãe com 16 anos, Camila Gisele Reis deu à luz há cinco dias o pequeno Iuri Cauê e conta que já esperava pelo bebê. “Eu sei que sou muito nova, mas sempre quis um bebê. Agora que eu tive o Iuri não pretendo ter mais filhos, principalmente porque minha gravidez foi de risco”, conta.
Camila fala que não se arrependeu apesar de que agora a escola terá que esperar. “Eu já tinha parado na 5ª série, mas pretendia voltar. Agora vou demorar uma pouco mais para concluir”, conta.
Cristina Reis de Oliveira, de 20 anos, acompanhante de Camila, se diz contente com a chegada do bebê. “É mais um priminho para os meu filhos, tenho dois já, um de três anos e outro com oito meses”, afirma, toda feliz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário