MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Soja guaxa mantém viva ameaça da ferrugem asiática em Mato Grosso


'Mini lavouras' formam-se às margens das rodovias do estado.
Até setembro vigora no estado período do vazio sanitário.

Leandro J. Nascimento Do G1 MT

Soja guaxa Mato Grosso (Foto: Wanderlei Dias Guerra/Mapa)Soja guaxa é hospedeiro para a ferrugem asiática
(Foto: Wanderlei Dias Guerra/Mapa)
Às margens das rodovias de Mato Grosso 'pequenas lavouras' de soja, plantas em estágios diferentes de crescimento e até mesmo atingindo a floração, alerta para a existência das chamadas plantas guaxas, responsáveis por manterem vivas uma das maiores ameaças ao sojicultor: a ferrugem asiática. Cenas constatadas nas últimas semanas durante ações de fiscalização pelo coordenador da Comissão de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura em Mato Grosso, Wanderlei Dias Guerra, e que dão o tom de alerta para o setor produtivo estadual. Na unidade federada o plantio da oleaginosa está proibido, atendendo ao período de vazio sanitário, um mês em vigência.
Conforme Guerra, as plantas aproveitam as condições ideais para sobreviverem e acentuam o grau de risco para a próxima safra. "Temos uma condição de umidade espetacular. Tem planta de soja já florescendo, plantas novas já com ferrguem e um aspecto que vai levar a sobrevivência da doença", comenta.
Somente na última safra em Mato Grosso - estado que mais produz oleaginosa no Brasil - a ferrugem reduziu os ganhos no campo em produção e produtividade. O ciclo anteriormente projetado em 22 milhões de toneladas na safra 2011/12 encerrou em 21,3 milhões de toneladas, segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja). Baixa especialmente vinculada à doença.
Esporos do fungo causador da ferrugem foram identificados pelas regiões norte e sul, especialmente entre Rosário Oeste e Sinop. Além disso, vistos também em cidades como Jaciara, Dom Aquino e Campo Verde, aponta Wanderlei Guerra, do Mapa.
Pesquisadora da Embrapa Soja, Claudine Seixas lembra que os riscos associados à soja guaxa devem-se ao fato de as plantas hospedarem o fungo Phakopsora pachyrhizi. "O fungo que causa a ferrugem sobrevive somente em plantas vivas e a soja é o hospedeiro. Se tem a soja guaxa permite que dure e quando tem a semeadura da safra a doença pode ocorrer", frisou, em entrevista ao G1.
Em Mato Grosso até o vazio sanitário segue até 15 de setembro. Mesmo período também para Rondônia, Mato Grosso do Sul e Paraná, segundo a Embrapa. "Com o vazio de um ano para o outro vimos a situação mudar favoravelmente. Infelizmente não temos como erradicar a doença do país, mas adotamos as estratégias para diminuir os riscos", observou Claudine Teixeira.
Fiscalização
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Soja guaxa (Foto: Wanderlei Dias Guerra/Mapa)Plantas tigueiras vistas às margens de rodovia
(Foto: Wanderlei Dias Guerra/Mapa)
Durante a proibição ao plantio, agentes do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) vão percorrer as propriedades para verificar o cumprimento da medida. Pelo menos 50 fiscais do Indea devem visitar propriedades durante os 90 dias de vigência
Em 2011, 2.813 propriedades foram fiscalizadas durante o intervalo. Ao todo, 331 foram notificadas pela existência das plantas involuntárias e outras 40 multadas pela não eliminação.
A soja é atualmente o principal item comercial do agronegócio matogrossense. Em 2011/12 pelo menos 88 focos da doença foram contabilizados por meio do Consórcio Antiferrugem da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O número deixou a unidade federada na segunda posição do ranking nacional, encabeçado por Goiás, que durante a safra contabilizou 108 casos.

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