MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Presas de Porto Velho aprendem a fazer bonecas para reduzir ociosidade


Cooperativa Açaí promove o curso na penitenciária feminina.
Mulheres foram escolhidas por bom comportamento e habilidade manual.

Larissa Matarésio Do G1 RO

Detentas de Porto Velho vão aprender a fazer bonecas de pano para vender (Foto: Larissa Matarésio/G1)Detentas de Porto Velho vão aprender a fazer bonecas
de pano para vender (Foto: Larissa Matarésio/G1)
Das 129 detentas da Penitenciária Feminina de Porto Velho, 20 foram selecionadas para participar da oficina de bonecas ofertada pela Cooperativa Açaí e Secretaria Estadual de Justiça (Sejus). Além de bonecas, as detentas vão aprender técnicas de corte e costura. O objetivo do projeto é ofertar uma forma de renda e de reinserção social para as presas, e também servirá para reduzir o tempo de reclusão, a cada três dias trabalhados, um dia de pena será diminuído.
Serão 20 detentas divididas em dois turnos de trabalho, manhã e tarde, utilizando cinco máquinas de costura profissional para aprender a fazer bonecas e a costurar. As bonecas de pano de diversos tamanhos produzidas na penitenciária serão vendidas na cadeia da Justa Trama (SC) por até R$ 60, e 20% deste valor será revertido para as detentas que fabricaram o produto.
Foram selecionadas para a oficina as detentas com melhor comportamento e as que já apresentaram habilidade manual em algum outro trabalho desenvolvido dentro da prisão. O tempo de duração do curso é de três meses. Uma das fases da oficina será ministrada pela professora e gerente financeira da Cooperativa Açaí, Arlete Cortez. "É um prazer poder fazer algo por estas meninas, ajudando-as a se reintegrar na sociedade e a ter sua própria fonte de renda", diz.
Redução da ociosidade
A Cooperativa Açaí desenvolve trabalhos de artesanato com detentas há nove anos em quatro estados. A presidente da associação em Rondônia, Maria Antonia Oliveira Chakian, conta sobre o projeto e sua parceria com a cadeia Justa Trama. "O estado de Rondônia entra com as sementes, no Ceará e em Minas Gerais o algodão é plantado e em Santa Catarina e Rio Grande do Sul é feito o tecido que as mulheres aqui do estado vão utilizar para fabricar as bonecas", explica.
Máquinas foram compradas pela Sejus para beneficiar programa de reinserção social (Foto: Larissa Matarésio/G1)Máquinas foram compradas pela Sejus para beneficiar
programa de reinserção social (Foto: Larissa Matarésio/G1)
A juíza da Vara de Execuções Penais, Sandra Silvestre, destaca os dois principais aspectos do projeto. "O primeiro aspecto e mais visível, é o combate a ociosidade, e o outro é a qualificação destas detentas. É uma forma de desenvolver um trabalho remunerado de forma qualificada para essas mulheres para quando elas sairem de dentro da penitenciária", diz.
O assessor de Reinserção Social da Sejus, Rodolfo Teixeira, conta que foram investidos em torno de R$ 15 mil na oficina. "O trabalho desenvolvido na penitenciária é para ajudar as presas a terem sua fonte de renda e poder ajudar a família, porque nós sabemos, que diferente do preso homem, a mulher muitas vezes é deixada de lado por seus companheiros", comenta.
Muito além da oficina
A detenta Ana Natiele da Silva, presa há três anos, relata que a primeira vez que tem a oportunidade de fazer um curso profissionalizante. "É muito bom, porque assim que eu sair daqui terei uma fonte de renda para continuar meus estudos e quem sabe pagar uma faculdade de psicologia. Esse é o meu sonho", conta.
Hilmara França, há um ano na penitenciária, espera que o curso ajude-a a ocupar as horas vagas. "Aceitei principalmente para poder ocupar meu tempo, é muito triste ficar aqui sem poder fazer nada, assim temos uma ocupação", afirma.

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