Garoto sofre de insuficiência respiratória desde que nasceu, há 10 anos.
Cirurgia determinada pelo TJ teve pedido arquivado por secretaria do DF.
A junta visitou o garoto nesta quinta-feira (19) para avaliar se ele vai ter o procedimento aprovado. O custo do equipamento é de cerca de R$ 400 mil. O procedimento foi determinado pelo Tribunal de Justiça na semana passada, com base em laudos dos médicos que atendem Lucas e do Ministério Público.
Deitado numa maca, Lucas só respira com a ajuda de equipamentos. (Foto: Raquel Oliveira/ G1)
Antes, em abril, a cirurgia chegou a receber parecer favorável da coordenadora de Neuropediatria e do secretário de Saúde, Rafael Barbosa. Mas a pasta arquivou o processo um mês depois alegando não poder transportar o menino para São Paulo, onde a operação seria realizada.
Pai da criança, Caio Bittencourt vê no marca-passo, que tem 500 gramas e tamanho aproximado de uma caixa de DVD, a oportunidade de aumentar a qualidade de vida do primogênito.
“Elimina todo esse equipamento pesado [cerca de 100 kg] e toda essa dependência de energia elétrica, porque funciona à bateria. Vamos poder buscar terapias diferentes e fora de casa, talvez equoterapia, hidroterapia.”
De acordo com o advogado da família de Lucas, Frederico Damato, a decisão da Justiça determina que, o fato de realizar avaliação feita por junta médica não tira a obrigação da Secretaria de Saúde de comprar o marca-passo de Lucas. "A decisão determinou que o equipamento deveria ser comprado imediatamente. Já estamos diante de um descumprimento de ordem judicial e já pode ser aplicada multa diária de R$ 10 mil", disse Damato.
Em nota, a secretaria disse que o implante só ocorre em fase experimental em São Paulo e não é custeado pelo SUS. Também afirmou que os documentos apenas autorizavam a realização de estudo para saber se a cirurgia era viável.
Bittencourt disse que a equipe médica se dispôs a vir ao DF, mas que mesmo assim a secretaria não reabriu o processo. O pai afirmou ter urgência para a realização do implante, porque, mesmo sendo novo, o respirador usado atualmente pela criança já apresentou problemas.
“A bateria está viciada e uma vez ele superaqueceu. Fiquei surpreso, porque é um aparelho de última geração, com menos de um ano de uso e que falhou.”
Rotina
Além de duas sessões de fisioterapia, o garoto passa as 24 horas do dia acompanhado de um dos pais e de um técnico de enfermagem. Ele recebe visita médica semanal. Tudo é custeado pelo plano de saúde desde que ele nasceu.
“O Lucas nunca usou R$ 1 do serviço público de saúde. A primeira vez que estamos solicitando é agora. A gente nunca deu R$ 0,01 de gasto para a Secretaria de Saúde”, diz o pai, Caio Bittencourt.
Trabalho escolar feito por Lucas (Foto: Raquel
Oliveira/ G1)
A agenda do menino ainda é preenchida por uma grade escolar feita especialmente por ele, videogame e internet. “É uma criança que tem o cognitivo preservado, não sofreu perda de inteligência. Ele tem aula em casa, tem coordenação motora fina. O que ele não tem é força muscular. E a gente se comunica por sinais.”Oliveira/ G1)
Lucas raramente sai de casa, mas sempre com equipe médica e família do lado. “O máximo que a gente já conseguiu fazer foi colocá-lo numa cadeira de rodas e andar dentro do condomínio por 20 ou 30 minutos, mas junto com um técnico e sempre atentos a ter uma tomada por perto. Mas foram umas duas vezes só”, lembra.
Com o implante, Bittencourt acredita que a vida de toda a família sofrerá mudanças. Entre elas e a mais esperada, revela, é o primeiro passeio com todos juntos. O desejo é constantemente manifestado pela irmã caçula, Isadora, 4 anos. “Ela pergunta quando é que a gente vai poder ser uma família normal, porque ela quer atenção. Ela cobra. O marca-passo muda tudo. E muda para todo mundo.”
Infelizmente neste mundo que vivemos,só existem pessoas insensíveis.Tente fazer um baixo assinado por todos nós,e entre com uma ação contra o serviço público, indenizadora.
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