Onze servidores da Anvisa estão em greve desde 16 de julho.
Appa diz que fila de 122 navios não está ligada a manifestação.
No Porto de Paranaguá 122 navios estão na fila para atracação ou desatracação (Foto: Divulgação/ Appa)
A Justiça Federal determinou na segunda-feira (23) que os servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que atuam no Porto der Paranaguá, no litoral do Paraná, reiniciem imediatamente a emissão dos certificados de Livre Prática para os navios. O documento é obrigatório para que uma embarcação entre no porto para embarque ou desembarque de mercadorias.Os profissionais estão em greve desde 16 de julho e reivindicam reajuste salarial de 25% e plano de cargos e carreira. Manifestação semelhante também ocorre em outros portos do Brasil, como Santos (SP), Rio de Janeiro, Vitória (ES), Paranaguá (PR), Salvador (BA), Itajaí (SC), Recife (PE), Maceió (AL), Cabedelo (PB) e Itaqui (RS). Além do certificado, os agentes da Anvisa também são responsáveis, entre outras coisas, por controlar o fluxo de pessoas a bordo e liberar o abastecimento dos navios.
“O direito de greve na função pública é assegurado pela Constituição Federal, porém, observados os serviços essenciais que devem ser mantidos, sob pena de inviabilizar a prestação dos serviços públicos, com grave prejuízo à população”, diz trecho da decisão assinada pelo desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz.
A fila de navios
De acordo com a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), nesta terça-feira, 122 navios estavam na fila para atracação e desatracação. Contudo, a fila não está ligada a mobilização de greve, que atingiu prioritariamente o setor de contêineres.
Ainda segundo a Appa, a fila deve-se a importação de fertilizantes que, neste ano, foi adiada pelos produtores devido ao preço do dólar a ao estoque existente no país. Há também as exportações de soja e açucar que também se tornaram mais atrativas neste período por consequência do câmbio.
De qualquer forma, a Appa reconhece que a estrutura é a mesma desde a década de 70 e que isso prejudica o funcionamento em momentos de demanda variada. Apenas nos primeiros seis meses do ano, o Porto de Paranaguá movimentou cinco milhões de toneladas de soja, 25% a mais que no ano passado. Além do aumento nas exportações, o mau tempo também contribui para a fila recorde. Desde o começo de junho, o porto ficou parado por 22 dias por causa da chuva.
Por meio da assessoria de imprensa, a Appa informou que existe um projeto para potencializar o corredor de exportação do porto. Estas obras ampliariam de imediato em 30% a capacidade da estrutura, porém, a execução do projeto depende de recursos federal que, por enquanto, de acordo com a Appa, não existem.
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