MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Indústrias prometidas por usina de RO a ribeirinhos não foram entregues


Associação diz que aguarda há quatro anos e não há resposta.
Concessionária Santo Antônio Energia afirma que construção está em estudo.

Larissa Matarésio Do G1 RO

Carga de coco e melão caipira sendo levada para barco (Foto: José Melo/Divulgação)Carga de coco e melão caipira sendo levada para barco
(Foto: José Melo/Divulgação)
A várzea do Rio Madeira, que teve a fertilidade comprovada por um estudo, é o local propício para produção de frutas tropicais e regionais. Também é ideal para a instalação de agroindústrias para o beneficiamento desses produtos. Cinco empreendimentos para esse fim foram prometidos como compensação das obras de construção da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, mas ainda não foram entregues.
“Desde quando começaram as obras da usina nós, ribeirinhos, ouvimos a promessa desta construção, mas até agora não vimos nada sendo feito”, conta o presidente do Conselho das Associações e Cooperativas do Médio e Baixo Madeira (Conacobam), José Wilson de Melo. Ele reclama da falta de interesse da Concessionária Santo Antônio Energia e da demora para o início das obras das indústrias..

A promessa é implantar cinco indústrias de beneficiamento de produtos naturais em localidades e distritos de Porto Velho. Uma em Cujubim de polpas de frutas, uma em Demarcação de produção de farinha de mandioca, uma em São Carlos de castanha, uma em Nazaré de cristalização de frutas e uma em Calama (RO) de beneficiamento de babaçu que poderá produzir diversos produtos, como óleo, biodiesel, carvão, alimentação e cosméticos.
“Temos que ter garantia do que será feito por nós, que dependemos da natureza e da agricultura para sobreviver, já que não sabemos o efeito que a usina nos trará depois que tudo estiver funcionando”, explica José. Ele conta também que a preocupação está em garantir mercado para vender os produtos produzidos. “É muito difícil entrar no mercado de grande porte e se tivermos uma indústria fica mais fácil, porque a produção será maior”, diz.
José Melo garante que matéria prima não falta. “Nossa capacidade produtiva é enorme, às vezes temos produtos estragando por falta de mercado consumidor ou vendemos a mercadoria a um preço bem mais baixo para o atravessador que revende para outros estados do país para beneficiar nossos produtos”, conta.
Ribeirinhos querem indústria de beneficiamento para vender produtos como o açaí em pó (Foto: Larissa Matarésio/G1)Ribeirinhos querem indústria de beneficiamento
para produtos como o açaí em pó
(Foto: Larissa Matarésio/G1)
Açaí em pó
Melo exemplificou esta situação com o açaí, que segundo ele é um dos fortes produtos do estado. “Nós temos produção de açaí, mas veja, hoje existem pessoas que compram o açaí em pó pela praticidade e o ganho em cima disto é enorme. Um quilo de polpa de açaí produzida aqui custa em torno de R$ 5 a R$ 7, um pacotinho de açaí em pó com 150 gramas beneficiado no sul do país é revendido para nós por um preço de R$ 25, a agregação de valor é enorme”, ressalta.
Santo Antônio Energia
Procurada, a Santo Antônio Energia, concessionária responsável pela usina hidrelétrica, garante que as indústrias serão construídas, mas que não há uma data prevista para a finalização do trabalho, uma vez que, para a implantação de um empreendimento deste porte é necessário um estudo de desenvolvimento econômico e um trabalho de base social.
Segundo a concessionária, está sendo feito um trabalho de mobilização da população para capacitar os produtores ribeirinhos, o apoio à associações e cooperativas, a identificação da cadeia produtiva desde o agricultor ao mercado consumidor e de articulação institucional em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater).

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