MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 8 de julho de 2012

Empresa do Paraná investe na expansão da agricultura orgânica


Estrutura é formada por uma rede com 117 agricultores de quatro estados. Novas oportunidades foram criadas para famílias do Sul e do Nordeste.

Do Globo Rural

A região sul do Paraná é uma das pioneiras no cultivo de hortaliças orgânicas no Brasil. A Rio de Una, empresa da região metropolitana de Curitiba, produz 300 toneladas de alimentos orgânicos por mês. São verduras, legumes e frutas. Tudo cultivado sem usar agrotóxicos nem adubos químicos industrializados.
Boa parte das hortaliças já sai pronta para o consumo: lavada, picada e higienizada. Além da venda direta em supermercados, a empresa também abastece restaurantes e cozinhas industriais.
“O faturamento da empresa fica em torno de R$ 20 milhões por ano, com uma rentabilidade em torno de 7%”, diz Jean Revece, diretor da empresa.
Para manter essa estrutura funcionando, a empresa conta com uma rede de fornecedores, composta por 117 agricultores espalhados por quatro Estados. O crescimento do mercado vem trazendo novas oportunidades para muitos agricultores.

No sítio da família Juliatto, o plantio era tradicional, mas, para evitar o uso de muitos produtos químicos, resolveram mudar para o orgânico. Toda a produção passou a ser feita debaixo de um hectare de estufas. Tem berinjela, pimentão, morango. A maior parte da área está ocupada com tomate, cultura conhecida por ter muito problema com pragas e doenças.
A assistência técnica é fornecida pela empresa. A agrônoma Rosângela de Almeida é quem orienta os produtores no campo. “A maior função da estufa é o efeito de abrigo”, explica. “Em segundo lugar, tem que proceder com uma boa nutrição”.
O composto usado no tomate tem alguns segredos: o primeiro é a mistura de 80% de esterco de gado com 20% de cama de frango. O composto ainda leva 3% de cinzas, fosfatos naturais, como pó de rocha, e alguns micronutrientes.
Para tornar a planta mais resistente, tem outro segredo: aplicações semanais de silício, um nutriente que promove engrossamento das folhas e dificulta a ação dos fungos.
Com esses recursos, a produtividade média é boa: 6 kg de tomate por planta em cada safra, que dura cerca de quatro meses. A produção da família é classificada e embalada na propriedade mesmo.
No município de Ponta Grossa, vive outra família que decidiu mudar radicalmente a forma de produzir. Lauro Stadler e os filhos são donos de um sítio que tem sete hectares. Eles sempre viveram na roça, mas com pouca terra e recurso escasso, a família amargou muitos insucessos. Desanimados, largaram a roça e decidiram criar gado de leite, mas também não deu muito certo.
Foi aí que surgiu a ideia de implantar uma horta orgânica. A horta tem quatro hectares e produz uma grande variedade de folhas e legumes. Ela é toda cercada por faixas de mata e por linhas de capim napier. Há uma lei nacional que determina que as propriedades orgânicas têm que ser isoladas e bem protegidas.
Como a horta é grande, nem tudo que é produzido vai para a empresa, mas nada se perde. O que está fora do padrão vai para programas federais e municipais, abastecendo escolas e creches.
A horta garante o sustento de três famílias. Com o aumento da renda, a família já conseguiu construir casa nova e ampliar a área de cultivo.

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