MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Documentos de ex-presos políticos da ditadura são furtados de ONG no Rio


Sede do Grupo Tortura Nunca Mais foi invadida e furtada, diz presidente.
Dinheiro e fichas de atendimento a vítimas da ditadura militar foram levados.

Bernardo Tabak Do G1 RJ

A sede do Grupo Tortura Nunca Mais, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi invadida e furtada. De acordo com a organização não-governamental (ONG), foram levados pouco mais de R$ 1,5 mil em espécie e documentos de pacientes vítimas de tortura, que são atendidos por psicólogos e psiquiatras da ONG. Fundada em 1985, o Grupo Tortura Nunca Mais tem foco na luta pelos direitos humanos e no esclarecimento das circunstâncias da morte e do desaparecimento de militantes políticos durante a ditadura militar no Brasil.
“Os ladrões levaram as fichas de atendimento de ex-presos políticos e de parentes de mortos e desparecidos durante a ditadura”, afirmou a presidente do Tortura Nunca Mais, Victória Grabois, ao G1, na tarde desta sexta-feira (20). “Também foram roubados os documentos de pessoas que foram vítimas da violência policial no Rio, em episódios mais recentes”, acrescentou.
De acordo com Victória, a secretária da ONG percebeu o furto ao chegar na sede do Tortura Nunca Mais, às 12h45 de quinta-feira (19). Aparentemente, objetos de maior valor, como aparelhos de informática, não interessaram a quem praticou o crime. “Deixaram para trás três computadores, dois deles bem novos, além de duas impressoras bem potentes. Os ladrões também não levaram uma televisão e um videocassete antigos”, observou a presidente da ONG. O crime foi registrado na 10ª DP (Botafogo).
ONG afirma que vinha recebendo ameaças
Em uma nota publicada no site do Tortura Nunca Mais, a ONG afirma que “em menos de 10 dias sofreu duas ameaças das forças retrógadas e saudosistas da ditadura civil-militar”. A nota ainda afirma: “No dia 11 de julho último, cerca das 14 horas, o GTNM/RJ recebeu um telefonema anônimo em que uma voz masculina, demonstrando tranquilidade, declarou: ‘estou ligando para dizer que nós vamos voltar e que isso aí vai acabar.’”
Victória Grabois ressaltou que o dinheiro furtado era para comprar medicamentos para os cerca de 70 pacientes que, hoje, são atendidos na ONG. “Alguns deles são pobres e não tem dinheiro para pagar pelos remédios, a grande maioria de uso psiquiátrico”, explicou ela. “O fato é gravíssimo”, enfatizou.
Segundo a presidente da ONG, quem roubou as fichas de atendimento não vai ter acesso aos nomes dos pacientes, que foram convertidos em códigos exatamente por medidas de segurança. “Só os terapeutas que tratam dos pacientes sabem os nomes deles”, afirmou. No site do Grupo Tortura Nunca Mais, a nota conclui sobre o crime: “Não tememos estas ameaças. Elas não nos intimidarão e não nos farão recuar em nossa luta de quase 30 anos. Já passamos por outras ameaças e outras invasões em nossa sede e em nosso site.”

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