De vinil a carros clássicos, homem faz de casa um museu no ES

Colecionador de Venda Nova do Imigrante tem mais de 10 mil discos.
O carro mais antigo é um Rural Willys de 1959.

Valdinei Guimarães Do G1 ES

Os faróis deste Opala, de 1970, são controlados com os pés (Foto: Valdinei Guimarães/ G1ES)

O comerciante José Cláudio Casagrande, 47 anos, tem um pequeno museu na garagem de casa em Venda Nova do Imigrante, região Sudoeste Serrana do Espírito Santo. No espaço, ele guarda automóveis clássicos, bicicletas com mais de 70 anos e cerca de dez mil discos de vinil.

Dos carros de época que coleciona, o mais antigo é um Rural Willys de 1959, que foi restaurado. O volante, que originalmente ficava do lado direito do carro, foi deslocado para o lado esquerdo. O Rural divide espaço com um Fusca de 1968 e um Chevrolet Opala de 1970, que ainda tem a pintura original. Ele não precisou ser restaurado. “O dono anterior mantinha o carro guardado sob uma capa para proteger”, conta José Cláudio.

Bicicletas possuem características e acabamentos que não são mais fabricados (Foto: Valdinei Guimarães/ G1ES)

Os controles do ancião da Chevrolet são característicos. Ele tem uma alavanca de cada lado do volante. A direita troca as marchas, enquanto a esquerda acende as luzes indicadoras de direção. O freio de mão também é ativado por uma alavanca que fica logo abaixo do painel. O mais excêntrico talvez seja o controle de faróis, que são acionados por um interruptor perto dos pedais. As tarefas de acender e alternar entre luz baixa e alta são realizadas pisando-se no botão com o pé esquerdo.

Na garagem também está uma coleção de discos de vinil. Os títulos foram adquiridos por José Cláudio em viagens. Alguns foram comprados de um amigo, que possuía uma discoteca. No repertório estão desde álbuns nacionais, como os de Roberto Carlos, a clássicos do rock e música infantil. O comerciante costuma ouvir os discos de rock, seu gênero preferido, na vitrola de madeira que fica ao lado dos vinis.
Além dos carros e discos, José Cláudio coleciona bicicletas. Uma delas, da década de 40, tem um sistema de segurança curioso. Na base do guidão, existe uma trava que permite trancar a barra de direção. “Se alguém quisesse roubar, teria que colocá-la em cima de uma caminhonete. Mas, como automóveis não eram muito comuns na época, ficaria difícil levar para casa”, brinca o comerciante. Outras bicicletas têm acabamento em madeira e farol acionado por um mini gerador, que converte a energia mecânica das pedaladas em corrente elétrica.
Para o colecionador, cuidar das antiguidades é um passatempo. Ele participa de exposições e festas temáticas. O comerciante quer catalogar os vinis e pensa em continuar adquirindo itens antigos para aumentar a coletânea que, por enquanto, só está aberta à visitação de amigos e parentes.

Coleção de discos de vinil tem exemplares que vão do rock à música infantil (Foto: Valdinei Guimarães/ G1ES)