Amapaense começou a pedalar aos 13 anos, após perder família.
Vinícius da Silva percorreu seis países e planeja idas a Uruguai e EUA.
Vinícius carrega um cartaz com fotografias tiradas
em várias partes do Brasil (Foto: Felipe Truda/G1)
Um desastre levou um homem a superar os próprios limites. O ciclista amapaense Vinícius da Silva, de 26 anos, começou a rodar a América do Sul sobre duas rodas depois de perder a família em um naufrágio no rio Naquatiara, no Amazonas, em 1999. Ele conta que, 13 anos mais tarde, já percorreu 4 mil municípios brasileiros, além de passar por cidades da Argentina, Bolívia, Colômbia, Venezuela e Paraguai e Chile. No Rio Grande do Sul, Vinícius planeja partir para mais uma viagem internacional: em terras uruguaias. Quando voltar, ele terá uma meta ambiciosa: conhecer a presidente Dilma Rousseff em Brasília, viajar para os Estados Unidos e entrar para o Guinness, o Livro dos Recordes, como o ciclista que mais rodou no mundo.em várias partes do Brasil (Foto: Felipe Truda/G1)
Em Porto Alegre nesta quarta-feira (11), o ciclista conversou com o G1 sobre o passado triste, as dificuldades que enfrenta ao longo da jornada e os sonhos.
Órfão pela segunda vez em 1999, Vinícius foi acolhido por vários manauaras, sendo um "filho de todo mundo". Chegou a ficar também em orfanatos, de onde não tem boas lembranças. "Apanhei muito, sofri muito", conta. No mesmo ano, o ainda menino contraiu uma meningite, mas se recuperou e optou por uma mudança radical na vida. "Comecei a viajar. Surgiu a ideia de ir para outros lugares", contou.
Vinícius passou pelo estúdio da RBS TV, em Porto
Alegre (Foto: Felipe Truda/G1)
Ao longo do percurso, o cliclista aprendeu a superar obstáculos. Sem patrocínio, ele vive de doações que recebe nos lugares por onde passa. E nem sempre é possível arrecadar o suficiente para uma boa refeição. "Houve momentos em que passei fome por três, quatro dias, mas Deus alivia. Nunca cheguei ao ponto de desistir", conta.Alegre (Foto: Felipe Truda/G1)
Durante do trajeto, o ciclista trocou 20 vezes de bicicleta. Algumas delas, por ter sido assaltado durante o caminho, o que ocorreu pelo menos duas vezes, nos estados de Alagoas e Maranhão. Graças a apelos em estações locais de rádio, Vinícius conseguiu novos veículos com dinheiro arrecadado em doações.
Os percalços não param por aí. Até mesmo uma onça já cruzou o caminho do ciclista. "Eu viajava pela Transamazônica. Só havia mato, e a bicicleta estragou. Era por volta das 18h e já estava escurecendo, então armei minha barraca para dormir. Durante a madrugada, vi uma sombra ao lado da barraca, e pensei que era um cachorro. Olhei melhor e vi que havia uma onça deitada, me protegendo", conta.
Por sorte, diz o ciclista, o animal não estava com fome. “Não abri a barraca e, pela manhã, ela havia ido embora. Só deixou o rastro”, acrescentou.
Vinícius pretende seguir pedalando até 2027. Depois, quer escrever um livro sobre suas aventuras pelo continente. Até lá, ele espera já ter ido até os Estados Unidos e ter o nome escrito no Guiness. “Vou até a Casa Branca, e vou cravar a bandeira do Brasil lá”, prometeu.
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