MEDIÇÃO DE TERRA

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sábado, 7 de julho de 2012

Brant deixa PSD após intervenção de Kassab em Belo Horizonte


Folha Vitória
Agência Estado
Redação Folha Vitória
Brasília - A intervenção do prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, em favor do PT na eleição de Belo Horizonte, produziu a primeira baixa no partido recém-legalizado. Inconformado com "o ato truculento" tramado no gabinete da presidente Dilma Rousseff para desmontar a aliança com o PSB do prefeito Márcio Lacerda, o vice-presidente nacional do PSD, Roberto Brant, abandonou o posto na direção partidária nesta sexta e anunciou sua desfiliação da legenda.

"Como é que o prefeito de São Paulo desembarca em Belo Horizonte para interferir na política mineira?", questionou o ex-deputado e ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso que ajudou Kassab a montar o PSD em Minas Gerais. "Dizem que ele o fez para pagar débitos políticos atrasados com o PT, mas fiquei magoado e ferido como mineiro e dirigente do PSD porque não fui ouvido e BH não é moeda de troca para isto", protestou.

Brant entende que a tese da nacionalização da eleição em Belo Horizonte, não justifica "de jeito nenhum" a intervenção, até porque Kassab está praticando a política do "faça o que eu mando e não faça o que eu faço". Afinal, destaca, em SP Kassab apoiou Serra, "que faz o discurso mais oposicionista do Brasil". Ele diz que, entre a presidente Dilma e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), não saberia em quem votar se a sucessão presidencial fosse hoje. "Não tenho restrição à Dilma", completa.

Brant afirma que o PSD foi constituído em reação ao autoritarismo dos partidos brasileiros, que em grande parte funcionam com comissões provisórias que são implodidas pela direção nacional sempre que há conflitos. No caso do jovem PSD, prossegue Brant, bastou um ano de existência e o primeiro embate, "e o partido implodiu".

O dirigente do PSD lembra que o PFL e o DEM mantinham a tradição de reuniões semanais da executiva nacional, com ou sem pauta de discussão. E reclama de que o novo partido jamais reuniu seus dirigentes. "Nascemos da crítica da falta de democracia no sistema partidário, mas o PSD se transformou rapidamente no mais antidemocrático, autoritário e personalista dos partidos relevantes no quadro nacional".

Ele reconhece em Kassab um político habilidoso que acumula vitórias, mas pondera: "Por mais talentoso e competente que o prefeito seja, ele é muito menos do que o necessário para se formar um partido que sirva à democracia brasileira. Kassab feriu profundamente as tradições e o sentimento de Minas e está contrariando os compromissos que ele mesmo firmou, com o exercício do poder pessoal levado ao extremo".

Questionado sobre a decisão radical de sair da vice-presidência nacional do PSD e se desfiliar sem sequer comunicar ao prefeito, Brant diz que poderia sair em silêncio, mas decidiu protestar e não tinha outra forma de fazê-lo. Ele entende que uma pessoa sozinha não pode governar um partido de 56 deputados e dois governadores, mas diz que não há como mudar esta realidade.

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