Situação foi divulgada nesta quarta-feira (18) pelo Mapa da Violência.
Em 10 anos, número saltou de 3,5 para 23,8 mortes, aumento de 576%.
A caso de um adolescente de 17 anos que foi morto com tiro nas costas em 2010 marca a vida da tia do garoto, Cledereci Sacramento. "A mãe dele pediu 'pelo amor de Deus, não mate o meu filho'. Ele [o autor] disse: 'ele vai ver agora'. E atirou nas costas", recorda o crime. O suspeito de disparar os tiros é um policial militar. "A gente não aceita", conta.
Outra morte violenta do menino Joel Conceição Castro, de apenas dez anos. No mês de novembro de 2010, ele foi atingido dentro de casa por um tiro na cabeça, disparado por policiais militares que realizavam uma operação contra o tráfico de drogas no Nordeste de Amaralina, em Salvador. "Às vezes eu estou em casa, os meninos estão brincando, eu penso que Joel vai entrar", conta Joel Castro, pai da criança, em meio ao choro diário. Nove policiais militares respondem processo criminal pela morte de Joel.
Para o sub-coordenador do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), o crescimento da violência entre crianças e jovens se deve ao aumento no consumo e comercialização de drogas, principalmente na capital. "Nós tivemos aqui em Salvador, durante cinco anos, o aumento de 500% de adolescentes envolvidos com consumo e de 900% de jovens envolvidos no tráfico. Então esses jovens são assassinados e posso garantir que mais da metade dos assassinos não são sequer identificados", afirma.
Ele acredita que um maior envolvimento do poder público pode mudar o futuro dessas crianças e adolescentes. "Nós precisamos de políticas públicas que qualifiquem esses jovens, que os capacite pra enfrentar o mercado de trabalho. e dê também oportunidade de - no turno seguinte à escola - possa estar participando de ações culturais, dança teatro, música",
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