MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 24 de julho de 2012

Após assembleia, professores da rede estadual mantêm greve pelo 105º dia


Professores seguem em passeata para o Campo Grande.
Outro encontro está previsto para a próxima sexta-feira.

Do G1 BA

Após assembleia realizada na manhã desta terça-feira (24), os professores da rede estadual de ensino decidiram manter a greve da categoria na Bahia que já chega ao 105º dia. Do Colégio Central, na Avenida Joana Angélica, onde foi realizada a assembleia, os professores anunciaram que seguem em passeata até o Campo Grande. Uma outra assembleia da categoria está prevista para sexta-feira (27).
Na sexta-feira (20), os professores deixaram a Assembleia Legislativa da Bahia pacificamente após ocupação realizada desde o início do movimento. A desocupação ocorreu depois do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Marcelo Nilo, solicitar a reintegração de posse à Justiça.
Ação da Polícia Militar
O deputado Marcelo Nilo disse em entrevista coletiva à imprensa que não pediria a ação da Polícia Militar na retirada dos professores grevistas da rede estadual de ensino.
“O que eu quero é o cumprimento da ordem judicial. Nós estamos em um estado de lei em um país democrático em que a lei é soberana. A decisão judicial tem que ser cumprida. É obvio que pela minha história, pelo meu passado eu não vou colocar a polícia para tirar professores. O que eu quero é que o Poder Legislativo, que eu tenho o prazer de presidir, seja desocupado. Nós já mandamos desligar a luz, o ar condicionado e a água e espero que eles cumpram imediatamente o que deve ser feito”, disse.
Professores mantêm greve e dizem que sairão de assembleia (Foto: Reprodução/ TV BA)Greve da categoria chega aos 101 dias nesta sexta
(Foto: Reprodução/ TV BA)
100 dias
A greve dos professores estaduais da Bahia completou 100 dias na quinta-feira e, apesar do tempo, não há perspectiva de resolução do impasse entre grevistas e governo, situação que deixa parte dos um milhão e cem estudantes fora das salas de aulas. O "prejuízo" temido pelos jovens e adultos que dependem da rede de ensino é, principalmente, a perda do ano letivo.

Dos 200 dias determinados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) para a formação do ano acadêmico, a Bahia não realizou atividades em 60 deles.
A Secretaria da Educação garante que a greve não compromete o ano letivo. Para isso, trabalha com a alternativa de repor aulas aos sábados e, talvez, em janeiro e fevereiro, o que tem sido planejado em algumas unidades que já retomaram o calendário. "Vamos cumprir o ano. Vai prejudicar, de certa forma, o ano e as férias, mas não trabalhamos com a possibilidade de perda", afirma o secretário da Educação da Bahia, Osvaldo Barreto.

Cenário
A Secretaria da Educação indica que mais de 80% das escolas da rede estadual funcionam. De acordo com o órgão, as aulas foram retomadas em 1.126 unidades, das 1.411 existentes, e relata que a paralisação está concentrada atualmente nas escolas localizadas em Salvador, onde 198 unidades estão sem professores e 780 mil estudantes sem atividades. Em contraponto, para o sindicato que representa a categoria (APLB), a adesão dos profissionais da educação é de 60%, percentual que permanece desde o início do movimento, no dia 11 de abril.
Uma pesquisa feita pela professora de Estatística da UFBA, Rosana Castro, com cerca de 89 mil alunos de 2.800 mil escolas em 304 municípios baianos, constata que a interrupção das atividades escolares, seja por quaisquer motivos, é um dos fatores que distingue o desempenho em escolas da mesma região.

“O que pudemos aferir na pesquisa é que aquelas escolas que tiveram maiores períodos de interrupções, seja por secas, enchentes, problemas estruturais ou quaisquer outros, maiores níveis de notas baixas tiveram”, explica a doutora. "A pesquisa não determina motivos, mas não é difícil imaginar que um aluno que viu um assunto hoje e o verá novamente em meses terá um desempenho menor do que aqueles que aprendem em um processo contínuo", acrescenta.
Impasse
A última proposta feita pelo Governo do Estado aos professores foi apresentada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) no dia 12 de julho, na qual os 22% de reajuste não seriam pagos este ano, como querem os professores, mas mantinha dois pagamentos de 7% ainda este ano - o primeiro em novembro e o segundo antecipado de abril para março de 2013. Os professores em estágio probatório, aprovados em concurso, mas que ainda não foram efetivados, estariam incluídos nas promoções. As possíveis punições aos professores seriam revistas e o pagamento dos salários cortados estariam condicionados a um plano de reposição de aulas. A categoria recusou a proposta.
Negociações
Até o momento, foram organizadas 20 assembleias-geral pelo sindicato para decisão dos rumos do movimento. Parte dos grevistas ocupa o saguão da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), no Centro Administrativo (CAB), há 93 dias, mas tem sido pressionada para saída do local - energia, luz e climatização foram cortadas e banheiros interditados por ordem da presidência da Casa Legislativa.
Na quarta-feira (18), os educadores elaboraram novo documento ao qual foi acrescentado mais um item de exigência ao governo para que o movimento chegue ao fim. A primeira reivindicação é que os professores demitidos durante a greve sejam readmitidos. A contraproposta pede ainda a reiteração do pedido de reajuste de 22,22%, sendo que 7,26% e 7% devem ser pagos ainda em 2012; a revogação da lei que incorpora gratificações e da lei que impede que os professores inativos recebam aumento. Exige também que os 57 profissionais de educação demitidos sejam readmitidos e que os salários cortados referentes aos três meses de paralisação sejam pagos, além da normalização dos repasses de contribuição sindical da entidade e retirar os processos contra a APLB.

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