MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Produtores gaúchos têm iniciativas inteligentes para enfrentar a seca


Longos períodos de seca têm sido cada vez mais frequentes no RS.
Iniciativas dão bons resultados para conviver com esse fenômeno.

Do Globo Rural

Mais de 400 mil litros de água cabem na cisterna da família Gehlen, que têm nela uma alternativa para sobreviver à seca. Cerca de R$ 15 mil foram investidos para armazenar água da chuva. "O investimento deu retorno em menos de um ano, praticamente em dois lotes de porco que a gente vendeu, já tiramos isso", conta a agricultora Patrícia Gehlen.
Com o resultado positivo, os agricultores estão concluindo a construção da segunda cisterna com capacidade para mais 530 mil litros de água.
Criar soluções como esta tem sido um desafio para os produtores gaúchos. A estiagem afeta o Rio Grande do Sul desde o final do ano passado. Em alguns municípios, são necessários mais de 700 milímetros de chuva para recuperação.
A região noroeste é uma das mais castigadas. As prefeituras estão gastando cerca de R$ 150 mil por mês para ajudar os produtores. Paisagens sem cor, açúdes secos são realidades que diminuíram a produção leiteira e principalmente a de grãos. O prejuízo para os produtores passa de R$ 5 bilhões.
Na contramão da crise está Rafael Moreno. Em cada um dos 147 hectares cultivados com milho, ele colheu mais de 200 sacas em plena estiagem. O resultado é surpreendente por causa de uma iniciativa em que o meio ambiente trabalhou a favor dele.
Depois de ter prejuízos com estiagens seguidas no fim dos anos 90, Rafael se inspirou em outras propriedades que conheceu. Em 2004 construiu uma barragem para irrigar as lavouras.
“O primeiro passo foi trazer as empresas de irrigação para fazer um levantamento topográfico da área e também para avaliar a capacidade de irrigação. Depois, procuramos uma instituição financeira e conseguimos o licenciamento do Ibama e da Fepam para construir”, conta.
Para a formação da barragem, a água foi captada em nascentes que estão em uma área mais alta e protegida por vegetação nativa. Tudo foi acompanhado pelo órgão ambiental.
“Basta que se abra um processo administrativo junto ao órgão ambiental competente. No caso da irrigação, se for em uma área maior será no órgão estadual. Se for em áreas pequenas será nas prefeituras municipais. A outorga também, aberto o processo administrativo, os técnicos fazem a vistoria a campo, verificam as condições para instalação e depois emitem as licenças”, explica Elenir Dahmer, bióloga da Fundação Estadual de Proteção Ambiental, a Fepam.
Na propriedade de Rafael, 440 hectares são destinados ao plantio de diferentes culturas. A represa tem oito hectares com água, o suficiente para irrigar até 200 hectares de lavoura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário