MEDIÇÃO DE TERRA

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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Parque do Povo tem produtos e serviços bem inusitados na Paraíba


Ambulantes, atores e até mágicos aproveitam para ganhar renda extra.
Cerca de 10 mil pessoas trabalham diariamente na festa junina de CG.

Rafael Melo Do G1 PB

Ambulante Adeilson Cavalcante vende copos coloridos durante a festa em Campina Grande (Foto: Rafael Melo/G1)Ambulante Adeilson Cavalcante vende copos
coloridos durante a festa  (Foto: Rafael Melo/G1)
Todo mundo sabe que a festa de São João de Campina Grande é boa para arrastar o pé e dançar um bom forró, mas também é boa para encher o bolso de dinheiro e ganhar uma renda extra. Esse é o período de maior movimento na cidade e que atrai mais turistas e, por isso, os comerciantes aproveitam para conseguir um adicional durante os 31 dias da festa.
Segundo a assessoria de imprensa do evento, cerca de 10 mil pessoas trabalham diariamente no São João, direta ou indiretamente. “São postos de trabalho provisórios que aquecem a economia da cidade, mais do que em qualquer outra época” disse o secretário de desenvolvimento econômico, Gilson Lira.
São vários quiosques e barracas, além de pontos estabelecidos no parque e no entorno dele que garantem um rendimento aos comerciantes. Porém, além deles, existem os ambulantes, que passam a noite rodando pela festa vendedo produtos e até serviços para garantir o 13º salário que se tem em Campina Grande, como relatou um deles. São 300 ambulantes cadastrados na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e ainda há muitos que trabalham sem o cadastro.
Josefa da Silva vende frutas e verduras durante o São João de Campina Grande (Foto: Rafael Melo/G1)Josefa vende frutas e verduras durante o São João
de Campina Grande (Foto: Rafael Melo/G1)
Josefa da Silva é uma das ambulantes cadastradas e há vinte anos trabalha no parque. No entanto, o trabalho dela é um pouco diferente, pois ela vende verduras, frutas e legumes no local para abastecer os pontos comerciais que precisam do produto. A ambulante tem 66 anos e mora na cidade de Lagoa Seca, onde vende as hortaliças e fruta de casa em casa. Há vinte anos ela traz uma carroça carregada com produtos para o parque, e garante que vende todos os dias todas as frutas e verduras da carroça.
"Enquanto o povo dança forró, eu vou por aqui vendendo uma tomate, um pimentão e até alface. De vez em quando é preciso atrapalhar a dança do pessoal para passar com a minha carroça", disse a ambulante. "É muito bom porque sempre falta este tipo de coisa aqui por conta do consumo à noite. Mas Dona Josefa nos abastece", falou Jerôncio Conjota, um dono de um quiosque de caipifrutas que é cliente da vendedora de frutas.
Mágico aproveita para ganhar dinheiro durante o São João de Campina Grande (Foto: Rafael Melo/G1)Mágico também aproveita para ganhar dinheiro
durante o São João  (Foto: Rafael Melo/G1)
E para tomar caipifruta é preciso ter copo. Como é muito incômodo segurar um copo plástico em uma festa com tantas pessoas no mesmo espaço, o ambulante Adeilson Cavalcante arranjou uma alternativa prática para quem estiver bebendo no parque e para o bolso dele. Ele vende copos plásticos mais resistentes, que não se quebram facilmente. O inusitado não está na venda dos copos, mas na cor deles, reluzentes, e na forma como são expostos no local.
Os copos são empilhados e o autônomo sai andando pelo meio da multidão com uma pilha alta de copos que chama a atenção de qualquer um. E chama mais a atenção ainda o lucro. "Quando está fraco eu vendo 100 copos e em dias melhores a venda chega a 200 copos", revelou. Cada copo custa R$ 2 e ele compra a 20 centavos. Ou seja, o rendimento no negócio é considerado bom, pois ele gasta R$ 40 e chega a ganhar R$ 400 em um dia bom. Adeilson também faz o mesmo trabalho no São João de Caruaru.
Inusitado mesmo é o trabalho do José Reginaldo. Há vinte anos ele viaja de cidade em cidade, de festa em festa, e todos os anos está no Parque do Povo vendendo mágicas. Ele garante que pode ser tradicional ou fazer parte obrigatoriamente da cultura da festa junina, mas nem por isso o rendimento deixa de ser bom. "O trabalho é simples. Eu faço uma demonstração e o cliente leva o material para brincar com os outros", disse o mágico Sobral, enquanto fazia um truque.
Casal de atores foi contratado para animar o Maior São João do Mundo, na PB (Foto: Rafael Melo/G1)Casal de atores foi contratado para animar o Maior
São João do Mundo, na PB (Foto: Rafael Melo/G1)
Mas tem gente que sabe mesmo ganhar dinheiro de acordo com a oportunidade e a situação. Esse simpático casal de atores ao lado foi contratado para animar uma barraca durante os 31 dias de festa e inova a cada dia de acordo com o tema. No dia 12 de junho, Dia dos Namorados, eles eram os cupidos dos casais apaixonados e dos solteiros, claro. Eles aproveitam a época, em que os espetáculos nos teatros saem do foco dos holofotes na cidade, para ganhar uma renda extra no contrato com a barraca.
Enfim, o Parque do Povo pode ser considerado um bom lugar para forrozear e, principalmente, para ganhar dinheiro. Além dos comerciantes e dos ambulantes, há muitos seguranças, guardadores de carros, policiais e porque não jornalistas que trabalham na festa para que os outros se divirtam. E, é claro, dá para se divertir durante o trabalho. Portanto, o espaço é aberto à criatividade dos comerciantes e deu para ver que eles inovam mesmo nos produtos e serviços dentro do 'quarte general do forró'.

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