MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 19 de junho de 2012

No Brasil, quase 7% dos recursos hídricos são usados na irrigação


Parte vem do Aquífero Guarani, a segunda maior reserva do planeta.
Uso racional e preservação das reservas são temas da Rio+20.

Do Globo Rural

Agricultura e água geram campos verdes. A fazenda Campo Fino fica em Casa Branca, São Paulo, onde a plantação de batata cresce bonita. Para não depender dos ciclos naturais de chuva, o produtor investiu na irrigação e colhe entre 35 e 45 toneladas por hectare, três vezes a média da região.
Dados da CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento, confirmam a importância da irrigação para a oferta de alimentos. Com a cebola, a produtividade dobra, no milho, o crescimento é de três vezes.
Além dos córregos, rios e açudes, outra forma de usar a água nas propriedades rurais é o Aquífero Guarani, uma reserva gigante de água doce, que se estende pelo subsolo de oito estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de outros três países: Argentina, Paraguai e Uruguai.
Quando se fala em Aquífero Guarani muita gente pensa que existe um grande oceano no subsolo, mas não é isso. O geólogo José Luiz de Mendonça explica. "O aquífero é uma rocha extremamente porosa e permeável. Cada vez que chove na área de ocorrência do aquífero ocorre uma absorção da água, que infiltra e fica armazenada nesse pacote arenoso".
É a chuva que mantém a reserva subterrânea. A recarga é muito lenta, a água penetra o solo a uma velocidade de 1,5 metro a 2metros por ano.
O acesso à riqueza tem normas. Um agricultor, por exemplo, precisaria contratar um geólogo para fazer a análise do solo e subsolo. O departamento de água e energia elétrica, ligado à secretaria Estadual de Recursos Hídricos, faz a aprovação. Depois de pronto o projeto são necessários 30 dias para liberação e o início da obra.
Retirar água do Aquífero Guarani não é tarefa simples. Um poço em São Carlos começou a ser construído há 30 dias e vai demorar mais um mês para ficar pronto. A técnica usada é a mesma para a extração de petróleo e é preciso muito cuidado para evitar a contaminação da água.
Edson Wendland, professor da USP de São Carlos que estuda a área de recarga do aquífero há 10 anos, faz outro alerta. "O problema é que talvez a taxa de exploração seja maior que a taxa de recarga, a reposição da água. Então à medida que se perfura mais poços, mais a água é explorada e a tendência é ocorrer um rebaixamento do nível do aquífero".
O assunto já é tratado pelos comitês de bacias hidrográficas, órgãos onde a sociedade atua de forma igualitária. Representantes de estados, municípios, entidades civis e grandes consumidores têm a ideia de cobrar pelo uso do aquífero.

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