Cheias de 2010 destruíram várias escolas e nem todas foram recuperadas.
Governo diz que reformou quase 600 e 18 precisam ser reconstruídas.
"A grande questão é o terreno adequado. Durante esse período, junto com as prefeituras, procuramos terrenos. Alguns não foram adequados, nós não vamos fazer a besteira de constuir num local que vai dar problema lá na frente. Esse foi um dado que atrasou bastante o cronograma. E a outra questão é que quando a gente acha o terreno, precisa toda uma burocracia para garantir a dominiabilidade do terreno", explica o secretário de Educação de Pernambuco, Anderson Gomes.
Em Palmares, da escola estadual Pedro Afonso de Medeiros só restou a quadra. A decisão do governo foi demolir o prédio porque não adiantava reconstruir tão perto do rio. Mas no quarteirão vizinho, a escola Fraternidade Palmarense, também do estado, foi recuperada no mesmo lugar de sempre e as aulas seguem normais.
Muitos alunos estão hoje em lugares que não combinam com aprendizado. É o caso do depósito de bebidas em Barreiros, que virou a Escola Municipal Luiz Bezerra de Melo, com 400 alunos matriculados. Os funcionários não aguentam mais. “A gente lavou o colégio aqui sem ter uma bota. Muito xixi, cocô de rato, a gente fazendo a lavagem sem proteção alguma”, afirmou a auxiliar de serviços gerais Gerusa da Silva Oliveira. “A secretária chegou aqui e não resolveu nada”, diz a merendeira Hélia Maria Leite. “Nós perdemos oito turmas de Educação de Jovens e Adultos [EJA] à noite porque os alunos não querem vir pra cá”, explica a orientadora educacional Maria do Carmo França.
Em Água Preta, 400 alunos estão no prédio novo da Escola Municipal Professora Geni Maria da Silva. É a única no centro reconstruída até agora depois da enchente. O colégio municipal Padre Francisco Gueiros foi atingido pela água e demolido. Era a principal escola da cidade, com três mil alunos. Hoje eles estão distribuídos em quatro prédios onde antes funcionavam um restaurante, uma lanchonete e uma escola particular. No Clube Municipal, ficam 1.800 alunos, em três turnos. Isso quando faz sol. “A pessoa tá estudando e fica caindo água em cima do caderno da gente e não é bom, né?”, reclama o estudante Temístocles Silva Marques Filho.
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