Falta de acordo seria fracasso do sistema internacional, diz ONU

Diretor das Nações Unidas diz que texto não tem como agradar a todos.
Em mensagem, Sha Zukang tem expectativa sobre acordo entre países.

Eduardo Carvalho Do G1, no Rio

O diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da ONU, Nikhil Seth, disse nesta segunda-feira (18) que a falta de acordo entre os países nas negociações da Rio+20, que entrou em seu sexto dia, pode representar um “fracasso do sistema internacional”.
De acordo com Seth, os compromissos apresentados pelo Brasil no texto como presidente da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, não agradaram os países, o que tem refletido também nos Diálogos sobre Desenvolvimento Sustentável, paralelo aos debates diplomáticos.

“Isso capta o sentimento de que não é possível todos os países obterem tudo o que querem (...). Não é possível ter tudo no texto, mas existe um espírito de consenso”, explica Seth.
Por meio de mensagem lida pela porta-voz da ONU, o secretário-geral da ONU para a Rio+20, Sha Zukang, disse que o texto do Brasil entregue aos diplomatas está consolidado e os países concordam com sua coerência e tamanho.
“Mas o Brasil quer que as delegações acelerem o passo. Tenho expectativa alta e há um otimismo que todos vão se empenhar para o consenso”, informa a mensagem.

Negociações
Pela manhã, o negociador-chefe da delegação do Brasil na Rio+20, André Corrêa do Lago, disse ao G1 que ainda há entraves entre oito e dez pontos do texto final que precisa ser fechado antes da chegada dos chefes de Estado, na quarta-feira (20).
Segundo o embaixador, o governo brasileiro, como presidente da conferência, está sendo incisivo durante as negociações para que ela se encerre ainda nesta segunda. No entanto, existe a possibilidade de as conversas se estenderem até a terça e só acabarem na véspera da chegada dos líderes de governo.
De acordo com Corrêa do Lago, um novo texto redigido pelo Brasil foi entregue aos diplomatas neste domingo (17) com várias posições implementadas pelos diplomatas brasileiros, que, de acordo com ele, estão com voz ativa durante as mesas de debate. "Em dezenas de parágrafos que não haviam acordo, o Brasil apresentou uma solução," afirmou