Recife e Olinda investiram, respectivamente, R$ 4 e R$ 3 milhões.
Sem canais, água da chuva não escoa, causando alagamentos.
No canal do Arruda, o principal da Zona Norte do Recife, o espaço é usado como se fosse um lixão. O acúmulo de sujeira e mato é tão grande, que fica difícil ver a água. Além disso, o mau cheiro fica quase insuportável. No local, animais mortos, pedaços de isopor, carcaças de geladeiras e garrafas pet. O vendedor de galetos Renier Guedes lamenta a situação: “Jogam muito lixo. O pessoal vem de fora, e além de jogar lixo, jogam bicho morto. Aí acontece o entupimento da galeria, e do rio. Fora que fica o mau cheiro, pra gente que está aqui”.
“O transtorno que é causado pelo lixo jogado de forma irregular termina ocasionando o transbordamento do canal. Isso dificulta o trânsito dos veículos”, comenta Fernando Melo. Ele adiciona: “O investimento que nós vamos fazer novamente nesse canal (do Arruda), poderíamos estar fazendo para a melhoria de uma praça, ou até mesmo em uma rua. Ou seja, o benefício que seria para um bem da comunidade, vai ser agora para refazer uma limpeza de canal, que já fizemos este ano”.
O problema se espalha por toda a RMR. No canal do Lava Tripas, em Olinda, o espaço é tomado pela lama, mato e pneus, além de outros tipos de lixo. Em outro ponto da cidade, nos Bultrins, é possível encontrar um colchão atrapalhando a passagem da água. O resultado do acúmulo de sujeira é o entupimento de tubulações e canaletas, gerando alagamentos. A costureira Maria Madalena da Silva vive nos Bultrins há mais de 30 anos, e reclama que já viu muitos vizinhos colocando lixo em local impróprio: “Eles aproveitam a noite, quando não há fiscalização, e jogam. Deveriam preservar, né? Não só no bairro da gente".
O Secretário de Manutenção Urbana de Olinda, Arnaldo Bastos, explica que, com a ajuda dos moradores, o investimento poderia ser voltado para outras coisas: “A população parece que não entende, quem mais se prejudica é ela, com a falta de educação, e a prática de jogar material no canal”.
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