'Suíça brasileira' tem opções de hotéis e passeios para todos os bolsos.
Para famílias e casais mais destemidos, ecoturismo é garantia de diversão.
A arquitetura europeia está presente em pousadas e hotéis de Monte Verde (Foto: Tiago Campos / G1)
Um pequeno distrito de seis mil habitantes localizado na cidade mineira de Camanducaia atrai turistas de todo o Brasil. Dividindo com Campos do Jordão (SP) o título de “suíça brasileira” devido ao clima e à arquitetura, Monte Verde oferece opções para todos os bolsos e é um dos principais destinos para casais românticos e famílias que buscam tranquilidade.“Monte Verde é conhecida por 'suíça brasileira' por causa do clima que se aproxima muito do de países europeus. Esse ano chegamos a registrar 3,9ºC de acordo com o Instituto de Meteorologia”, afirma o gestor da Associação de Hotéis e Pousadas de Monte Verde, Marcos Paulo de Souza. "Quem visita Monte Verde desfruta de um clima europeu com a hospitalidade mineira", completa.
O casal Rafael e Liliam já foram quatro vezes a
Monte Verde (Foto: Tiago Campos / G1)
Camanducaia fica a 451 quilômetros da capital Belo Horizonte e a 136 quilômetros de São Paulo. A cidade faz parte da Área de Proteção Ambiental (APA) da Rodovia Fernão Dias. Por ser bem próxima do estado paulista, a maioria dos turistas vem de lá. Para chegar até Monte Verde, é preciso passar pelo centro de Camanducaia até ter acesso a uma estrada que leva para a Serra da Mantiqueira, que fica a 1,6 mil metros de altitude.Monte Verde (Foto: Tiago Campos / G1)
Os recém-casados Rafael Reis, de 32 anos, e Liliam Delpra, de 29, são de Jundiaí (SP) e já foram quatro vezes para Monte Verde. O casal está junto há 9 anos. “Nós somos um casal mais sossegado. Gostamos do clima romântico que o distrito oferece e principalmente da tranquilidade”, conta Reis.
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HospedagemMonte Verde conta com 200 locais de hospedagens, entre hotéis e pousadas, acessíveis para todos os bolsos. Há diárias a partir de R$ 150 e R$ 200 como também as que ultrapassam R$ 1 mil. Para quem gosta de sossego e quer esquecer a correria da cidade grande, muitas pousadas oferecem serviço de spa, com massagens e banhos relaxantes."Monte Verde tem capacidade de atender variados tipos de público, como famílias que buscam momentos em união, casais que apreciam tranquilidade e romantismo e até mesmo jovens e amantes do ecoturismo. Tudo dentro do poder aquisitivo de cada um", afirma Souza.
Influência europeiaQuem chega a Monte Verde se depara com uma arquitetura típica de alguns países da Europa, como casas de madeira que lembram muito os chalés. Isso se deve à influência dos povos da Letônia, país que fica na divisa da Rússia com a Alemanha. A maioria dos letos vieram para se refugiar no Brasil no período da 1ª Guerra Mundial.
Descendentes de letos, Tio Nato e Tia Nata foram
uns dos primeiros moradores do distrito
(Foto: Tiago Campos / G1)
Descendentes de letos, o casal Arnist Renats Lucas, de 77 anos, e Donatila Mathilde de Abolin Lucas, de 76, foram uns dos primeiros a se mudarem para o distrito quando adquiriram um terreno em 1950. Apelidados pela população local de “Tio Nato” e “Tia Nata”, o casal faz uma deliciosa geleia de frutas.uns dos primeiros moradores do distrito
(Foto: Tiago Campos / G1)
A casa dos simpáticos velhinhos fica aberta para visitação. Basta apertar a campainha para ser recebido pelo casal. Os turistas são convidados a entrar para conhecer a arquitetura típica dos letos. “Sempre nos demos muito bem com o público, gostamos de atender bem. Há finais de semana que chegamos a vender até 500 potes de geleia”, conta Tio Nato.
O casal mantém guardadas fotos de quando eles chegaram a Monte Verde. Uma delas mostra a avenida principal do distrito hoje tomada por pousadas e bares. “Aqui cresceu bastante, mas nós gostávamos do jeito que era antes. Nós gostamos do rústico e somos amantes da natureza”, explica Tio Nato.
Avenida principal da cidade na década de 1950 (à esquerda) e nos dias de hoje (à direita)
(Foto: Tiago Campos / G1)
Há um ano e meio, a rotina do casal mudou após Tia Nata desenvolver o Alzheimer. Desde então, apenas Tio Nato confecciona as geleias. Os dois, que estão casados há 50 anos, dão um exemplo de que o amor não tem barreiras. “Ela agora é a minha criança e eu cuido dela”, diz Tio Nato.(Foto: Tiago Campos / G1)
Cervejaria e gastronomiaDesde 2009, Monte Verde conta com uma fábrica que confecciona cervejas artesanais. São quatro funcionários responsáveis por produzir cerca de 40 mil litros de cerveja e chopp por mês. A cervejaria disponibiliza um tour para os turistas acompanharem o processo de fabricação em horários e dias variados da semana.
Cervejaria escolheu se instalar em Monte Verde devido ao poço artesiano da montanha
(Foto: Tiago Campos / G1)
“Monte Verde foi escolhida por causa do poço artesiano que há por aqui. A água desta montanha tem propriedades similares à água da cidade de Pilsen, na República Tcheca. Esse é um dos fatores primordiais para garantir um chopp de qualidade”, revela a auxiliar administrativa Fernanda Pereira Vieira, responsável pelo tour da Cervejaria Fritz.(Foto: Tiago Campos / G1)
Turistas podem apreciar a culinária alemã em
Monte Verde (Foto: Tiago Campos / G1)
Além de degustar um bom chopp, os pratos típicos alemães também agradam os turistas. O prato “Schlachtplatte” servido na cervejaria do distrito é um dos mais apreciados pelos turistas. Trata-se de um joelho de porco acompanhado de cinco tipos de salsichões alemães, batatas soutê e chucrute. O prato pode ser apreciado com três tipos de mostarda de fabricação própria da casa e serve quatro pessoas. Caso seja um casal, o prato “Eisbein Completo” oferece os mesmo ingredientes, mas em versão menor. Quem aprecia as delícias, também pode acompanhar em tempo real através de um vidro a confecção das cervejas na fábrica.Monte Verde (Foto: Tiago Campos / G1)
Como sobremesa, os turistas podem apreciar os chocolates artesanais da Fábrica de Chocolates de Monte Verde que oferece mais de 100 variações em forma de barras, trufas, bombons e o delicioso chocolate quente para se aquecer no melhor estilo europeu.
Ecoturismo: aventura em meio ao clima frioMonte Verde também oferece opções para turistas que buscam aventura. O ecoturismo garante adrenalina e diversão na terra, na água e nas alturas em meio à paisagem e ao clima frio da Serra da Mantiqueira. Entre as opções estão trilhas, passeio de quadriciclo, megatirolesa, paint ball, entre outras atividades.
Quadriciclos nas versões 200 e 400 cilindradas
levam até duas pessoas (Foto: Marcos Paulo
de Souza)
As trilhas tem diversos níveis de dificuldade. A 1,6 mil metros de altitude, o ar é mais rarefeito e é preciso ter cautela para não ficar cansado logo de início. Existem trilhas fáceis e tranquilas indicadas para toda a família e caminhos mais radicais para pessoas mais preparadas e que buscam fortes emoções.levam até duas pessoas (Foto: Marcos Paulo
de Souza)
Para quem gosta de velocidade em terra, não pode deixar de aproveitar o passeio de quadriciclo. O veículo, que era de uso militar na década de 1950, vence facilmente qualquer terreno. Os modelos vão de 200 a 400 cilindradas e transporta até duas pessoas. É preciso portar a Carteira Nacional de Habilitação para pilotar. Um profissional fica responsável por guiar os turistas pelas trilhas mais radicais. Para quem gosta de velocidade em duas rodas, também existe a opção de alugar motocicletas para o passeio nas trilhas.
O comerciante Raul de Almeida Novaes e a analista de RH Raquel Ávila Maia namoram há dois anos e meio e foram até Monte Verde acompanhar o casal de amigos Wallace Martins e Priscila Martins Freu. Mesmo sendo de Varginha (MG), os quatro amigos não conheciam o distrito e visitaram o local pela primeira vez. “Apesar de estar sofrendo com o frio, nós aprovamos o passeio e estamos adorando nos aventurar nessa paisagem. Já estamos pensando na próxima vez”, diz Novaes.
Para quem prefere aventura na água, a descida de boia-cross pelas corredeiras do Rio Jaguari é diversão garantida. O percurso dura cerca de uma hora com boias especiais e equipamentos de segurança. A atividade é feita de dezembro a março e a idade mínima é 12 anos.
Megatirolesa de Monte Verde proporciona
sensação de voo livre (Foto: Tiago Campos / G1)
MegatirolesaUma das principais atrações radicais de Monte Verde é a megatirolesa. O circuito está dividido em duas partes – trajetos de ida e volta. Na ida, o turista percorre um trecho de 450 metros a 65 metros de altura. Ao chegar do outro lado, o aventureiro enfrenta uma subida a pé até a outra tirolesa que é ainda maior que a outra – 475 metros a 75 metros de altura. O visual da Serra da Mantiqueira e a velocidade dão a impressão de um verdadeiro voo livre.sensação de voo livre (Foto: Tiago Campos / G1)
“Nós só temos como contraindicações pessoas recém operadas e mulheres grávidas. Fora isso já vimos idosos de 87 anos descerem a megatirolesa. Alguns turistas ficam com medo no início, mas depois querem fazer de novo”, conta o empresário responsável pela megatirolesa Robert Hamacher.
A pedagoga Nerivalda Santos, de 28 anos, é de Mairiqui (SP) e já foi cinco vezes a Monte Verde. Ela e a família experimentaram pela primeira vez a emoção da megatirolesa.
“A sensação e o visual são sensacionais. A empolgação na hora de ir era grande e com certeza valeu a pena”, conta a pedagoga.
A pedagoga Nerivalda (à esq.) ao lado da família. Eles já foram cinco vezes a Monte Verde (Foto: Tiago Campos / G1)
ServiçoQuem quiser conhecer Monte Verde, pode entrar em contato com a Associação de Hotéis e Pousadas de Monte Verde pelo telefone (35) 3438-1839 ou também acessar o site www.monteverde.org.br.
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