MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 23 de junho de 2012

Camponeses veem 'golpe de estado' no Paraguai e preparam resistência


Trabalhadores rurais formaram a Frente pela Defesa da Democracia.
'O novo governo é golpista e não o reconhecemos', diz líder ruralista.

Tahiane Stochero e Paulo Guilherme Do G1, em São Paulo
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Partidos de esquerda, movimentos sociais, campesinos, agrários e indígenas, além de centrais sindicais e de trabalhadores rurais formaram neste sábado (24) a Frente pela Defesa da Democracia no Paraguai, segundo a representante da Coordenadoria de Organizações de Mulheres Trabalhadoras Rurais e Indígenas (Conamuri) Magui Valbuena.

Segundo ela relatou ao G1, a frente não reconhece o novo governo de Federico Franco e promoverá uma série de manifestações e atos pelo país pedindo o retorno de Fernando Lugo ao poder.
“A frente foi formada em uma reunião nesta manhã na sede da Central Nacional dos Trabalhadores, em Assunção. Estamos unindo todos os movimentos sindicais e de esquerda para lutar contra o novo governo. Fizemos uma reflexão sobre a situação de intensa agitação política e instabilidade que ocorreu no nosso país nos últimos dias e decidimos tomar uma posição pela defesa da democracia”, disse Magui.
“O novo governo é golpista e não o reconhecemos. Estamos declarando nossa resistência e nos articulando em todos os departamentos para realizar ações contra o que ocorreu”, explicou.
Segundo Magui, o processo que derrubou Lugoi foi “inconstitucional”. “Cremos que teremos repressões aos grupos socais pela frente e que perderemos todas as garantias de direitos humanos que o Lugo nos dava”, afirmou.

'Ditadura de ricos'
A mesma opinião tem Pablo Ojeda, diretor do Movimento Campesino Paraguaio (MCP). “Houve um golpe de estado que atenta contra um espaço democrático que vínhamos conquistando”, disse Ojeda.

“Aqui no Paraguai há uma ditadura dos ricos. Sempre os ricos. E o que aconteceu agora é um retrocesso da democracia.”
Para a frente, o governo de Federico Franco é ligado aos ruralistas e não irá realizar as reformas agrárias e socais prometidas por Lugo.

“Sabemos que ele (Federico) é identificado claramente com as empresas multinacionais e os grandes produtores no país. Ele vai sufocar o desenvolvimento da consciência social que temos. Há muito perigo pela frente”, acredita Magui.

Ojeda complementa: “A família Franco não tem muitas terras, mas seus aliados, seus camaradas, por exemplos os milionários que estão no parlamento, têm muito. Eles que promoveram golpe de estado a Lugo”.
A liderança da Conamuri disse que o período ainda é de articulação e que vários tipos de manifestações serão feitas pela Frente pela Defesa da Democracia, mas não soube dizer quando começariam os protestos. Para o diretor do MCP, o novo presidente “vai enfrentar uma dura batalha contra os companheiros do campo”.
Crise
Federico Franco assumiu o governo do Paraguai na sexta-feira (22), após o impeachment de Fernando Lugo. O processo contra ele foi iniciado por conta do conflito agrário que terminou com 17 mortos no interior do país. A oposição acusou Lugo de ter agido mal no caso e de estar governando de maneira "imprópria, negligente e irresponsável".
O processo de impeachment aconteceu rapidamente, depois que o Partido Liberal Radical Autêntico, do então vice-presidente Franco, retirou seu apoio à coalizão do presidente socialista. A votação, na Câmara, aconteceu no dia 21 de junho, resultando na aprovação por 76 votos a 1 – até mesmo parlamentares que integravam partidos da coalizão do governo votaram contra Lugo. No mesmo dia, à tarde, o Senado definiu as regras do processo.
Na tarde de sexta-feira, o Senado do Paraguai afastou Fernando Lugo da presidência. O placar pela condenação e pelo impeachment do socialista foi de 39 senadores contra 4, com 2 abstenções. Federico Franco assumiu a presidência pouco mais de uma hora e meia depois do impeachment de Lugo.
Em discurso, Lugo afirmou que aceitava a decisão do Senado. Ele pediu que seus partidários façam manifestações pacíficas e que "o sangue dos justos" não seja mais uma vez derramado no país.

Trabalhadores rurais formaram a Frente pela Defesa da Democracia.
'O novo governo é golpista e não o reconhecemos', diz líder ruralista.

Tahiane Stochero e Paulo Guilherme Do G1, em São Paulo
Partidos de esquerda, movimentos sociais, campesinos, agrários e indígenas, além de centrais sindicais e de trabalhadores rurais formaram neste sábado (24) a Frente pela Defesa da Democracia no Paraguai, segundo a representante da Coordenadoria de Organizações de Mulheres Trabalhadoras Rurais e Indígenas (Conamuri) Magui Valbuena.

Segundo ela relatou ao G1, a frente não reconhece o novo governo de Federico Franco e promoverá uma série de manifestações e atos pelo país pedindo o retorno de Fernando Lugo ao poder.
“A frente foi formada em uma reunião nesta manhã na sede da Central Nacional dos Trabalhadores, em Assunção. Estamos unindo todos os movimentos sindicais e de esquerda para lutar contra o novo governo. Fizemos uma reflexão sobre a situação de intensa agitação política e instabilidade que ocorreu no nosso país nos últimos dias e decidimos tomar uma posição pela defesa da democracia”, disse Magui.
“O novo governo é golpista e não o reconhecemos. Estamos declarando nossa resistência e nos articulando em todos os departamentos para realizar ações contra o que ocorreu”, explicou.
Segundo Magui, o processo que derrubou Lugoi foi “inconstitucional”. “Cremos que teremos repressões aos grupos socais pela frente e que perderemos todas as garantias de direitos humanos que o Lugo nos dava”, afirmou.

'Ditadura de ricos'
A mesma opinião tem Pablo Ojeda, diretor do Movimento Campesino Paraguaio (MCP). “Houve um golpe de estado que atenta contra um espaço democrático que vínhamos conquistando”, disse Ojeda.

“Aqui no Paraguai há uma ditadura dos ricos. Sempre os ricos. E o que aconteceu agora é um retrocesso da democracia.”
Para a frente, o governo de Federico Franco é ligado aos ruralistas e não irá realizar as reformas agrárias e socais prometidas por Lugo.

“Sabemos que ele (Federico) é identificado claramente com as empresas multinacionais e os grandes produtores no país. Ele vai sufocar o desenvolvimento da consciência social que temos. Há muito perigo pela frente”, acredita Magui.

Ojeda complementa: “A família Franco não tem muitas terras, mas seus aliados, seus camaradas, por exemplos os milionários que estão no parlamento, têm muito. Eles que promoveram golpe de estado a Lugo”.
A liderança da Conamuri disse que o período ainda é de articulação e que vários tipos de manifestações serão feitas pela Frente pela Defesa da Democracia, mas não soube dizer quando começariam os protestos. Para o diretor do MCP, o novo presidente “vai enfrentar uma dura batalha contra os companheiros do campo”.
Crise
Federico Franco assumiu o governo do Paraguai na sexta-feira (22), após o impeachment de Fernando Lugo. O processo contra ele foi iniciado por conta do conflito agrário que terminou com 17 mortos no interior do país. A oposição acusou Lugo de ter agido mal no caso e de estar governando de maneira "imprópria, negligente e irresponsável".
O processo de impeachment aconteceu rapidamente, depois que o Partido Liberal Radical Autêntico, do então vice-presidente Franco, retirou seu apoio à coalizão do presidente socialista. A votação, na Câmara, aconteceu no dia 21 de junho, resultando na aprovação por 76 votos a 1 – até mesmo parlamentares que integravam partidos da coalizão do governo votaram contra Lugo. No mesmo dia, à tarde, o Senado definiu as regras do processo.
Na tarde de sexta-feira, o Senado do Paraguai afastou Fernando Lugo da presidência. O placar pela condenação e pelo impeachment do socialista foi de 39 senadores contra 4, com 2 abstenções. Federico Franco assumiu a presidência pouco mais de uma hora e meia depois do impeachment de Lugo.
Em discurso, Lugo afirmou que aceitava a decisão do Senado. Ele pediu que seus partidários façam manifestações pacíficas e que "o sangue dos justos" não seja mais uma vez derramado no país.

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