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sábado, 5 de maio de 2012

Socialista pode mudar gestão da crise do euro se vencer na França


François Hollande é favorito contra Sarkozy em 2º turno neste domingo.
Proposta de crescimento pode dar fôlego ao bloco europeu, diz analista.

Ana Carolina Peliz Especial para o G1, em Paris

A provável vitória do candidato socialista François Hollande nas eleições presidenciais da França deste domingo (6) poderia causar mudanças na gestão da crise da zona do euro. Com um discurso pelo crescimento econômico, o candidato socialista vai de encontro ao dominante clima de austeridade. Hollande enfrenta o atual presidente Nicolas Sarkozy no segundo turno das eleições francesas neste domingo.

Hollande acredita que a disciplina orçamentária não vai resolver os problemas da zona do euro. Para estimular a economia do bloco, ele faz quatro propostas, a criação de títulos comuns da dívida, os Eurobonds, que serviriam para o financiamento de grandes projetos, a utilização dos fundos estruturais europeus que atualmente estão inutilizados, uma intervenção mais direta no Banco Central Europeu e a taxação das transações financeiras.

Tudo isto obrigaria a renegociação do pacto fiscal europeu, assinado em março por 25 dos 28 países da União Europeia.
A chanceler alemã Angela Merkel, defensora da austeridade, já se posicionou contra esta reforma dizendo que o “tratado é inegociável”.
Segundo a economista Julia Cangé, professora da Universidade de Harvard e da Escola de economia de Paris, as propostas de Hollande poderiam dar um novo fôlego para a zona do euro, já que, com os planos de austeridade, os países do sul da Europa estão em recessão e longe de resolver seus problemas com suas dívidas.
O candidato socialista à presidência da França, François Hollande, em campanha nesta sexta-feira (4) em Forbach (Foto: AFP)O candidato socialista à presidência da França, François Hollande, em campanha nesta sexta-feira (4) em Forbach (Foto: AFP)
“Claro que não podemos ter países endividados, porque isso custa caro. Mas o reembolso da dívida pega um pedaço enorme do orçamento deste estados,” afirma.
Já a taxação das transações financeiras teria o objetivo de reduzir a volatilidade do mercado. Segundo Cangé, a regra teria também o objetivo de evitar a especulação monetária internacional excessiva, principalmente sobre as moedas.
Reduzir a dívida
A dívida publica da França não parou de aumentar nos últimos anos, chegando em 2011 a 1.700 bilhões de euros, mais de 85% do PIB. Atualmente, a França dedica uma parte maior de seu orçamento para pagar os juros da dívida que em investimentos em defesa e educação. Um fator exterior como o descontrole das finanças públicas espanholas ou um novo rebaixamento da notação de risco da França poderia provocar uma alta insuportável das taxas dos juros.
Por isso, o principal objetivo dos dois candidatos à presidência francesa é o de colocar as finanças públicas em ordem. Sarkozy prometeu fazer isso em 2016, e Hollande, no fim do mandato, em 2017.
A França se comprometeu com a União Europeia a diminuir o déficit público a 3% do PIB em 2013. Em 2011 ele foi de 5,2%. Este ano, espera-se que seja de 4,4%.
Apesar de terem propostas semelhantes para organizar as contas, os métodos são diferentes. Sarkozy pretende que a economia de 125 bilhões de euros venha de cortes do orçamento do Estado. O plano de Hollande também inclui corte de despesas públicas, mas que são menos drásticas que as do atual presidente. Ele propõe uma economia de100 bilhões de euros repartidos entre redução de gastos e de novos impostos.
Sobre uma possível diminuição do poder de consumo com o aumento dos impostos, segundo o plano de Hollande, somente os contribuintes mais ricos seriam tributados, o que não diminuiria o poder de consumo da classe média.
Para Hollande, quanto mais forte for o crescimento econômico, maiores são as receitas fiscais. Sua previsão de crescimento é ligeiramente superior ao de seu adversário. Sarkozy espera 2% de crescimento entre 2014 e 2017, e o candidato socialista, 2,5% no mesmo período.
arte - frança - CERTA candidatos segundo turno (Foto: Arte/G1)

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