No estado, 170 municípios decretaram situação de emergência.
Gestores querem cortar gastos de eventos típicos, como o São João.
Assim como outros gestores, o prefeito de Prata, Marcel Nunes (PSDB), disse na segunda-feira (21) que espera economizar para investir no combate aos problemas causados pela escassez de chuvas. A expectativa é poupar R$ 170 mil. O evento aconteceria de 8 a 10 de junho e algumas atrações já estavam previstas, como o cantor Flávio José e as bandas Forró da Xêta, Encantu's e Badauê. Segundo o prefeito, por enquanto não está faltando água, mas o uso "irresponsável" dos recursos poderia prejudicar outras ações prioritárias.
O mesmo aconteceu em Paulista, onde o gestor lamentou não poder dar continuidade à tradição do festejo junino, que foi resgatada no município há pouco tempo. "Mesmo sabendo que a festa melhora a economia do município, ela pode trazer m transtorno ainda maior. Podemos deixar para comemorar depois", disse Severino Pereira Dantas (PTB).
Festivais também são suspensos
Além do São João, outras festas típicas de aguns municípios foram comprometidos com a falta de recursos. É o caso do Quixabrega, festival de música brega realizado em Quixaba, no Sertão. Conforme o prefeito Júlio Cézar Batista (PMDB), o evento atrai uma média de 50 mil pessoas à cidade em apenas três dias, o que poderia fortalecer o turismo.
"Como o Quixabrega é realizado com recursos basicamente provenientes do Ministério do Turismo, este não libera dinheiro para os municípios que se encontram nessa situação, por isso tivemos que cancelar o evento”, explicou.
Em Parari, a prefeita Solange Guimarães (DEM) cancelou a Festa do Bode, que seria realizada em agosto, e optou por diminuir os gastos com bandas na comemoração de São Pedro, no dias 28 e 29 de junho. "As atrações ainda não foram definidas porque estavamos coletando orçamentos junto às bandas", comentou.
Além das cidades que não receberão os grandes shows de costume, algumas que têm mais tradição mantiveram o evento, mas reduziram a quantidade de dias e de atrações dentro da programação. São os casos de Patos e Santa Luzia, no Sertão, e de Solânea, no Brejo paraibano. Nestes três municípios os prefeitos anunciaram que cortaram alguns dos espetáculos já previstos, com o objetivo de economizar para a compra de cestas básicas e para firmar convênios carros-pipa, entre outras ações.
Nesta terça-feira (22), o promotor Márcio Teixeira informou que o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas vão acompanhar os gastos das cidades que preferiram manter os eventos. Segundo ele, uma das formas de monitorar é solicitar a programação e o orçamento de anos anteriores para comparar com os atuais.
Nesta terça-feira (22) e na segunda (21), dezenas de prefeitos de cidades prejudicadas se reuniram em João Pessoa para debater alternativas. O primeiro encontro aconteceu durante uma sessão na Assembleia Legislativa. O deputado federal Wilson Filho (PMDB) participou e informou que o governo federal garantiu colocar em prática ações emergenciais, seguidas de medidas de infraestrutura que serão tocadas a longo prazo.
A segunda reunião foi promovida nesta terça pela Federação das Associaçoes de Municípios da Paraíba (Famup), na sede do Sebrae. Os gestores aguardam até sexta-feira (25) a apresentação de um projeto por parte do governo estadual para convivência com a seca.
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