MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Queda de 50% na venda de cartões telefônicos em SP afeta colecionador


Telefônica Vivo diz que redução foi entre 1° trimestre de 2011 e 2012.
Número de telefones públicos na cidade também diminuiu desde 2011.

Do G1 SP
Cartões telefônicos tiveram queda de 50% na venda entre 2011 e 2012 (Foto: Fabiano Correia/ G1)Cartões telefônicos tiveram queda de 50% na venda entre 2011 e 2012 (Foto: Fabiano Correia/ G1)
A venda de cartões telefônicos em São Paulo diminuiu 48% entre o primeiro trimestre de 2011 e os primeiros três meses de 2012, segundo informações da Telefônica Vivo, empresa responsável pelo sistema de telefonia pública na cidade. Além de representar a obsolescência dessa tecnologia, esse número evidencia o risco para uma atividade profissional: a telecartofilia.

Francisco Nascimento, de 41 anos, coleciona cartões telefônicos desde 1996. Desde então passou a comprar e vender artigos considerados raros para outros colecionadores da área – também conhecidos como telecartofilistas. A atividade, segundo ele, sustenta as cinco pessoas que vivem em sua casa, na Zona Norte da cidade. “Eu fui o primeiro a abrir uma empresa nessa área aqui em São Paulo, com CNPJ e tudo. Hoje eu devo ter uns 3 milhões de cartões”, disse ele ao G1 dentro do espaço que aluga em um prédio no Centro da capital paulista.
Nascimento diz possuir cerca de 3 milhões de cartões telefônicos (Foto: Fabiano Correia/ G1)Nascimento diz possuir cerca de 3 milhões de cartões telefônicos (Foto: Fabiano Correia/ G1)
Segundo Nascimento, pior do que a diminuição da circulação de cartões no mercado foi o fim da produção de edições estampadas. “Desde 2005, quando eles [Telefônica] fizeram uma série sobre o desarmamento na época do referendo, as estampas foram extintas”, disse ele. “A série foi acusada de fazer apologia às armas e aí eles pararam. Pra mim, foi um atestado de incompetência.”
A Telefônica Vivo confirmou a informação sobre o problema com as estampas em 2005, mas disse que a decisão por finalizar a produção de cartões estampados fez parte de uma nova diretriz da companhia, com o objetivo de reforçar a imagem institucional.
Martinez começou a colecionar cartões há cerca de oito anoss (Foto: Fabiano Correia/ G1)Martinez começou a colecionar cartões há cerca de
oito anoss (Foto: Fabiano Correia/ G1)
A arte de colecionar cartões, no entanto, não deve ser ameaçada, segundo o telecartofilista. “Se olhar para o futuro, a tendência é mesmo diminuir. Mas não deve acabar, tanto é que colecionam selos até hoje”, disse Nascimento, que garante que essa é uma atividade rentável. “Um vendedor comum, que não dedica muito tempo, já chegou a ganhar R$ 3 mil por mês. Hoje deve ganhar uns R$ 1,5 mil.”
O prédio em que Nascimento trabalha, na Rua 24 de Maio, no bairro da República, é dedicado ao colecionismo. No sexto andar, onde tem o espaço, outros colecionadores também administram seus negócios. É no nono andar, no entanto, que trabalha Oswaldo Estácio Martinez, de 61 anos, dono de uma coleção de mais de dois milhões de exemplares.
“Eu ouvi uma voz um dia que me disse: você vai viver daquilo que as pessoas jogam fora. Logo depois comecei a colecionar cartões telefônicos”, disse Martinez sobre o início da sua coleção, em 2004. “Minha coleção está constantemente à venda, aí, com isso, consigo me sustentar.”
Segundo Martinez, neste ano ele adquiriu uma empresa com oito lojas de cartões, com um valor na casa dos R$ 270 mil. “Já vendi uma parte, dei outra para o meu filho e estou com essa aqui agora”, disse. “Quero ficar com algo menor, mas mantendo minha coleção.”
Ajudante disse que costuma usar telefones públicos porque é mais barato (Foto: Fabiano Correia/ G1)Ajudante disse que costuma usar telefones
públicos porque é mais barato (Foto: Fabiano
Correia/ G1)
Telefones públicos na capital paulista
Em julho de 2011, uma resolução da Agência Nacional de Telefonia (Anatel) reduziu a obrigatoriedade de telefones públicos de seis para quatro telefones públicos para cada mil habitantes. Por conta disso, desde então, o número de exemplares de telefones na cidade diminuiu. De acordo com a Telefônica Vivo, no final de abril havia 48,8 mil orelhões em toda a capital paulista.
O número de ligações também diminuiu, mas ainda é significativo em algumas áreas da cidade. Segundo a companhia, os bairros do Anhangabaú e do Brás, no Centro, são os que mais utilizam esse serviço.
O G1 foi até o Metrô Anhangabaú e acompanhou o movimento em dois orelhões que ficam na Rua Coronel Xavier de Toledo, em frente à estação. Das 17h até as 18h de sexta-feira (11), apenas três pessoas utilizaram os telefones: um técnico da Telefônica, um piloto de avião que tentava falar com a ex-mulher e, por isso, não podia usar o seu celular, e um ajudante de pedreiro que optou pelo serviço.
“Eu costumo usar celular, mas às vezes prefiro o orelhão, porque é mais barato”, disse André Luiz Ribeiro, de 29 anos, que utilizava seu telefone móvel para consultar um número de telefone enquanto fazia a ligação. “Quando acabam meus créditos eu também uso aqui, eu acho bom.”
Vandalismo
Um dos problemas sofridos pelos telefones públicos paulistas é o vandalismo. De acordo com a Telefônica Vivo, cerca de 25% de todos os orelhões do estado sofrem algum tipo de depredação todo mês. Por conta disso, a empresa é obrigada a gastar mais de R$ 19 milhões por ano para consertar, limpar e, até, trocar os aparelhos com defeito.
A companhia informou que faz campanhas para reduzir esses números e pede para que a população denuncie esses atos pelo telefone 10315, que funciona 24 horas. A ligação é gratuita.
Orelhões da região do Anhangabaú e do Brás, no Centro, são os mais utilizados na capital paulista (Foto: Fabiano Correia/ G1)Orelhões da região do Anhangabaú e do Brás, no Centro, são os mais utilizados na capital paulista (Foto: Fabiano Correia/ G1)

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