MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 20 de maio de 2012

Profissionalização é o segredo para sucesso das empresas de família


Em Uberlândia, empresas familiares se mantém no mercado.
Especialistas afirmam que parentes também devem se capacitar.

Felipe Santos Do G1 Triângulo Mineiro

Frederico Carvalho trabalha na mercearia do pai (Foto: Felipe Santos/G1)Frederico Carvalho trabalha na mercearia do pai
(Foto: Felipe Santos/G1)
No Brasil, as empresas familiares representam 80% de todas as empresas, segundo um especialista em estudos sobre empresas familiares. Em Uberlândia, há vários exemplos de negócios que passam de geração para geração e a profissionalização dos sucessores é a receita dos especialistas para que as empresas se mantenham no mercado mesmo depois da mudança de comando.
O estudante de engenharia civil, Frederico Carvalho, sabe que a mercearia do pai um dia será dele. "Trabalho desde antes de nascer, quando minha mãe estava grávida há 17 anos", brincou Carvalho enquanto atendia os clientes que chegavam à mercearia no Bairro Umuarama.
Mesmo assumindo o desejo de montar a própria construtora, o jovem reconhece que, se for necessário, vai conciliar a carreira com a mercearia do pai. “Atualmente a mão de obra está escassa e se daqui alguns anos continuar precisando vou assumir o lugar do meu pai e trabalhar nos dois lugares”, ressaltou.
O casal Chiang Chin e Chiang Ran, pais de Ewaldo Chiang, vieram de Mogi das Cruzes (SP) para Uberlândia em 1980, atraídos pelo clima e pela estrutura. Com o pai na cozinha e a mãe no atendimento, Ewaldo viu o restaurante comprado em 1985, melhorar a estrutura e refazer a clientela.
Na época com 17 anos, Ewaldo já ajudava no restaurante dos pais. “A lembrança mais forte é de ter o prazer em ajudá-los. Apesar dos pais me chamarem para ir ao restaurante eu não era forçado, gostava de ir. Coisa de pai para filho”, disse Ewaldo que administra o negócio da família na região central da cidade.
Apesar da mãe ainda frequentar o restaurante e dar opinião sobre a administração, Ewaldo administra o estabelecimento desde 2010. Com uma irmã advogada e o irmão trabalhando com um negócio no segmento rural, ele é o único que não pensa em outra coisa. "Trabalhei como importador em uma empresa de comércio exterior e como bancário, mas gosto é desta área", afirmou.
Jorge Henrique da Silva classificou o pai como uma mola mestre, que o ajudou a ter o próprio negócio. Além de abrir uma loja de peças de veículo, o pai do empresário fez com que todos os filhos abrissem um estabelecimento. “Atualmente, minha loja tem 24 anos e a ajuda do meu pai é sempre importante", afirmou Jorge Henrique. No entanto, ele já sabe que os filhos dele não vão fazer parte da geração de empreendedores. "Eles não querem, meu filho está no ensino médio e joga futebol, já a minha filha faz o curso de direito. Cada um quer seguir uma carreira”, afirmou o empresário.
Parentes capacitados
O consultor empresarial, José Carlos Ignácio, explicou que o fato de a empresa ser familiar não significa que ela não seja profissional. Por conta deste detalhe, o especialista disse que o herdeiro que assumir o negócio da família deve ter envolvimento com a empresa. "Se já estiver profissionalizada, a sucessão é mais fácil. O grande aspecto da sucessão é por meritocracia", afirmou.
José Carlos citou pesquisas feitas no mundo todo para justificar que a melhor forma de empregar parentes é que todos tenham formação acadêmica significativa e que façam carreira bem sucedida em outras empresas, preferencialmente maiores. "A volta do filho para um cargo principal deve ser de forma justa, merecida e agregando valor à empresa da família", receitou.
Ele explicou ainda que o plano da empresa e a equipe de gestão não devem sofrer com a continuidade ou a pouca mudança na sucessão de herdeiros. "A ideia é que a identidade da empresa seja vista mais do que uma pessoa, a individualidade tem que ser minimizada. A empresa deve ter uma vida independente do aspecto de sucessão", disse.
Diferenciar empresa e família
O diretor de soluções empresariais e negócios do Câmara dos Dirigentes Logistas (CDL) e especialista em estudos sobre empresas familiares, Rubens Spirandelli, afirmou que a cada 100 empresas familiares, metade sobrevive mais que cinco anos e apenas seis chegam à segunda geração. "Tudo em virtude da falta de uma preparação prévia. Sem isso fica difícil. Tem que diferenciar o que é empresa e o que é família. O que falta é gestão e governança”, justificou.
Segundo Spirandelli, 80% das empresas são familiares no Brasil e estão na primeira sucessão. “No Brasil, a maioria das empresas estão na primeira sucessão ou na transição. Para prosperar precisam resolver os conflitos internos com um protocolo para a pessoa saber diferenciar o negócio da família”, concluiu.

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