Piscinas são novos alvos de combate à dengue na cidade do Recife

Estado sofreu um aumento de quase 89% de casos, em relação a 2011.
Agentes de saúde da Prefeitura estão fiscalizando casas com piscina.

Do G1 PE

 Espaço de lazer frequente em casas de uma região quente como o Nordeste, a piscina pode se transformar em um local perigoso. Se não receber os cuidados necessários, pode se transformar facilmente em um foco do mosquito da dengue. Por conta disso, agentes de saúde do Recife estão prestando atenção às casas que possuem piscina, sejam elas utilizadas ou não.

Para Terezinha Félix, moradora do bairro de Casa Amarela, na Zona Norte da cidade, a limpeza da piscina já faz parte da rotina diária. "Primeiro lava a piscina, depois filtra a água e bota para recircular. O cloro eu boto à noite, 12 litros de cloro", detalha a dona de casa.
Uma equipe de agentes da saúde visitou a casa dela e confirmou que está tudo certo. "Para você evitar o mosquito, o principal é manter uma dosagem regular de cloro nas piscinas. Naquelas que não estão em uso, precisa ser acima de 5 ppm, ou seja, partes por milhão de cloro, e nas que estão estão em uso, entre 1 e 3 ppm para garantir a utilização sadia daquelas pessoas", diz o gerente do Programa de Saúde Ambiental do Recife, Otoniel Barros.
Quanto mais pessoas se conscientizarem e fizerem o mesmo, maior a possibilidade de mudar a situação da doença em Pernambuco. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, até agora, foram notificados 35.311 casos de dengue. Destes, 10.432 deles foram confirmados.
Esses números são preocupantes, e representam um aumento de quase 89% em relação ao mesmo período de 2011. Na época, foram notificados 18.861 casos, dos quais 7.957 acabaram confirmados. Só no Recife, houve um aumento de 341,7% no número de casos confirmados entre janeiro e a primeira quinzena de maio deste ano, se comparado ao mesmo período de 2011.
"Oitenta por cento dos focos estão dentro das casas, são jarros, tonéis e outros recipientes. As pessoas têm que ter cuidado com essa água que está reservando, fazer o armazenamento de forma correta, para evitar que o mosquito se reproduza ali. Além disso, se o mosquito está se reproduzindo, esses locais podem ser contaminados por outros insetos e a água que a pessoa está consumindo não será de boa qualidade", explica Otoniel Barros.
Ainda de acordo com o gerente do Programa de Saúde Ambiental do Recife, Otoniel Barros, além de dengue, a água armazenada de forma incorreta pode causar infecção intestinal, cólera e hepatite do tipo A - por isso, todo reservatório deve ser fechado com tampa.

A aplicação de cloro na piscina deve ser feita pelo menos três vezes na semana. Na própria embalagem do produto, é possível ver a quantidade necessária para o tamanho da piscina. Em caso de dúvida ou para quem quiser fazer alguma denúncia, o telefone da Ouvidoria da Secretaria de Saúde do Recife é o 0800.281.1520.