MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 8 de maio de 2012

'Fiquei com muito medo', diz produtor que teve fazenda invadida em MS


Dez fazendas foram tomadas por índios na região do Pantanal.
Para Funai, as áreas pertencem aos índios. Produtores discordam.

G1 MS

Pelo menos dez fazendas foram tomadas por índios na última semana nos municípios de Porto Murtinho e Corumbá, região oeste do estado. A informação é da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).
No domingo (6), a Polícia Federal já havia recebido denúncia de ocupação de fazendas e a expulsão de donos e funcionários nas áreas localizadas no Pantanal. Na segunda-feira (7), a Fundação Nacional do Índio confirmou a ocupação de quatro propriedades rurais por aproximadamente 150 índios da etnia kadiwéu.
O fazendeiro Alvori Rech, que cria 400 cabeças de gado em uma fazenda de mil hectares na região do Nabileque, a 400 km de Corumbá, disse que ficou com muito medo ao ver índios armados invadirem a fazenda dele. “Estavam muito armados, só com arma comprida. Quem não estava com arma comprida, estava com pedaço de pau, faca e flecha”, contou Rech.
A preocupação do produtor agora é com o futuro da atividade. Ele reclama que precisa pagar o arrendamento do gado e não sabe o que fazer.
De acordo com a Funai, todas as áreas tomadas ficam dentro da reserva dos índios kadiwéus, a maior do estado com 538 mil hectares. A área teria sido doada aos índios ainda no período do império como recompensa pela participação deles na Guerra do Paraguai.
Já a Famasul, em nota, afirma que a reserva indígena, homologada em 1903, têm 373 mil hectares nos limites do município de Porto Murtinho e abriga cerca de quatro mil indígenas. Para os produtores, os indígenas estariam tentando ampliar em mais 155 mil hectares a área da reserva, pertencente ao município de Corumbá.
O advogado Carlos Fernando de Souza, representante de um grupo de produtores, afirma que todas as áreas estão registradas, com título de posse desde 1931, e que estão regulares quanto ao pagamento de tributos”. Uma outra preocupação é com o calendário de vacinação contra a febre aftosa. De acordo com a Famasul, os pecuaristas da região começariam o trabalho de imunização essa semana, mas com a invasão alegam que estão impossibilidades de realizar o manejo do rebanho. Cerca de 20 mil cabeças são criadas nas áreas em litígio.

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