MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 22 de maio de 2012

Fenabrave comemora mudanças, mas mantém previsão de vendas


Representante dos concessionários trabalha com alta de 3,5% do mercado.
Presidente da entidade não acredita em ‘euforia’, mas sim em ‘recuperação’.

Priscila Dal Poggetto Do G1, em São Paulo
Recuperar o quadrimestre “perdido”. Esta é a expectativa da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que representa os concessionários de todo o país, sobre as medidas anunciadas pelo governo nesta segunda-feira (21). Ao G1, o presidente da entidade, Flávio Meneghetti, afirmou que a mudança é muito positiva para o setor, no entanto, a perspectiva de crescimento das vendas continua a mesma, de 3,5%, caso o país feche o ano com aumento de 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Assim, o país chegaria a 5,76 milhões de unidades emplacadas neste ano, ao considerar automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motocicletas. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta segunda-feira (21) um pacote de medidas para estimular o crédito no país. Entre elas, está a redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para compra de carros, além da diminuição do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para todas as operações de crédito de pessoas físicas de 2,5% para 1,5% ao ano. A redução do IPI vale até 31 de agosto e a do IOF por tempo indefinido.
Não acredito em euforia porque o mercado brasileiro está mais maduro"
Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave
Segundo o Ministério da Fazenda, as medidas valem a partir desta terça-feira (22). No entanto, embora a mudança seja imediata, Meneghetti não acredita em "euforia de mercado", com a antecipação da compra do carro novo por parte de consumidores ansiosos para aproveitar as facilidades de crédito. “Não acredito em euforia porque o mercado brasileiro está mais maduro”, avalia.
A Fenabrave foi a última entidade do setor ouvida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, antes do anúncio das mudanças. Flávio Meneghetti esteve reunido com o ministro na última sexta-feira (18), quando afirmou que o problema do setor era o aumento da restrição de crédito gerado pela forte alta na inadimplência. Em março, o índice chegou a 5,7% — em março de 2010, era de apenas 3%, de acordo com a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef).
“Nosso setor vive de crédito e as novas medidas criam uma situação nova para a redução de preços e liberação de financiamentos”, destaca o presidente da Fenabrave. Segundo ele, este pacote de ajuda é ainda mais expressiva do que o de 2008, quando o governo decidiu reduzir o IPI sobre os veículos. “A reunião de hoje foi inédita pois reuniu não só o governo e as montadoras, mas também o Banco Central, os presidentes dos bancos privados e a Fenabrave, que representa a rede de distribuição”, destaca Meneghetti.

Crédito aumenta prazos e diminui entrada
A redução dos impostos e a liberação de parte dos depósitos compulsórios (recursos ficam retidos no BC para controlar a inflação) para estimular o crédito para a aquisição de veículos vão permitir que os bancos afrouxem as rédeas na hora de aprovar o crédito. Além disso, com o custo menor, os financiamentos tendem a ter prestações mais longas e entradas menores. Por causa do aumento das restrições, as entradas variavam de 30% a 60%, já o saldo financiado ficava entre 12 e 60 meses.
Segundo Meneghetti, entradas menores e prazos maiores estimulam o consumo das classes C e D, uma força importante no negócio de veículos. “Esperamos uma forte recuperação da economia no segundo semestre. Todo esse conjunto vai ajudar no cenário positivo para o setor de veículos e de uma forma saudável para o sistema bancário”, ressalta. “A redução de impostos é um instrumento poderoso para reativar a economia.”
Montadoras também mantém previsão de crescimento
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) também não alterou a previsão de crescimento para este ano com o anúncio do governo e ainda aposta em expansão de, no mínimo, 4% das vendas do setor.
No entanto, a entidade pode rever as perspectivas no fim do primeiro semestre, de acordo com o presidente da Anfavea, diz Cledorvino Belini, que ainda aguarda a reação do mercado. Por enquanto, a entidade trabalha com alta entre 4% e 5% das vendas internas (3,8 milhões de unidades); queda de 5,5% das exportações em unidades (510 mil) e de 3% em valores (US$ 15 bilhões); e aumento de 2% da produção, para 3,47 milhões de unidades.
A Anfavea não calcula o setor de motos e trabalha com os números de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

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