MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 6 de maio de 2012

Colecionadores unem paixão e diversidades no interior de São Paulo


Jovem de 20 anos tem coleção de todos os tipos de corujas.
Em Campina do Monte Alegre, o destaque são as canetas.

Megui Donadoni, Eduardo Ribeiro Jr. e Alan Schneider Do G1 Sorocaba e Jundiaí*

Colecionar algo por que tem paixão. Essa é um dos principais argumentos dos colecionadores para guardar e comprar objetos de um determinado tipo. Há pessoas que colecionam pelo prazer que a atividade proporciona, ou simplesmente para ter uma recordação.
Maiara com sua nova aquisição: um gorro de coruja (Foto: Maiara Conti/ Arquivo Pessoal)Maiara com sua nova aquisição: um gorro de coruja
(Foto: Maiara Conti/ Arquivo Pessoal)
O interior de São Paulo é rico nesse aspecto. Há colecionadores de todos os tipos e de todos os perfis. Maiara Conti é estudante de design e uma colecionadora assídua de corujas. Ela tem quase 150 tipos na sua coleção e teve duas corujas de verdade. A jovem de 20 anos disse em entrevista ao G1 que não sabe quando a paixão começou, mas que acredita que foi aos 13 anos.
“Nessa idade eu lembro muito bem da minha primeira coruja. Quando completei 13 anos ganhei uma coruja de pelúcia grande, que carrego com todo carinho comigo até hoje”, diz. A estudante não sabe ao certo porque tem essa preferência. “Eu gosto de corujas porque eu gosto, não sei muito bem o que motivou isso, mas é uma coisa mais forte que eu. Tudo que eu vejo de corujas quero comprar”, ressalta.
Maiara com uma parte da sua coleção de corujas (Foto: Arquivo Pessoal)Maiara com uma parte da sua coleção de corujas (Foto: Maiara Conti/ Arquivo Pessoal)
Dentre os objetos da coleção, uma variedade de corujas. “Eu tenho tudo o que é possível de coruja, desde pelúcia, miniatura, fronha, filme, chaveiro, colar, brinco, bolsa, gorro, agenda, adesivo, xícara, sabonete, chinelo, blusa”, exclama. A garota ainda revelou que também já teve duas corujas de verdade, que foi algo excepcional, mas por conta do meio ambiente não ficou com os bichinhos.
Ainda no ramo da coleção, a jovem ressalta que conta com apoio de familiares e amigos para inovar e atualizar sua coleção. “Na minha coleção, muitas corujas eu ganhei e muitas eu comprei também. O pessoal sabe que eu gosto de corujas e sempre que alguém vê alguma, compra e manda pra mim. O mais interessante é que eu não tenho nenhuma coruja repetida na minha coleção”, finaliza.
Já Eduardo Sauro é fã de rock metal. O jovem de 20 anos coleciona CDs da banda Iron Maiden. “Eu tenho 16 CDs da banda, ainda estou um pouco longe de completar a discografia. Eu gosto muito porque eu acompanho a banda de 2002 e sou totalmente contra a pirataria”, relata. O jovem ainda comenta que começou a fazer a coleção no ano de 2009, mas que a paixão pela banda surgiu de forma inusitada.
Na escola, na 5ª série, tive uma aula da professora Márcia, da disciplina de Artes. Certo dia ela pediu que cada aluno levasse um CD de sua banda preferida. Um amigo meu levou um do Iron Maiden e a partir dali comecei a gostar da banda. A primeira música que escutei deles foi ‘Fear of the dark’ e fiquei apaixonado”, exclama. Além dos CDs, o jovem tem três bandeiras além de muito conteúdo em revistas da banda.
Eduardo com sua coleção de CDs e suas bandeiras (Foto: Eduardo Sauro/ Arquivo Pessoal)Eduardo com sua coleção de CDs e suas bandeiras (Foto: Eduardo Sauro/ Arquivo Pessoal)
O professor Luiz Fernando Messias Leite, 59 anos, morador de Campina do Monte Alegre (SP), diz que o seu vício é colecionar canetas. Há quase três anos nessa vida, ele não sabe precisar, mas acredita ter algo em torno de 2 mil canetas. Leite explica que, geralmente, a pessoa começa a colecionar algo quando consegue o primeiro exemplar curioso ou diferente.
Luiz Fernando Messias Leite com sua coleção canetas (Foto: Eduardo Ribeiro Jr. / G1)Luiz Fernando Messias Leite com sua coleção
canetas (Foto: Luiz Fernando/ Arquivo Pessoal)
"No meu caso, foi uma caneta em forma de isca artificial. Uma dessas iscas não passou pelo controle de qualidade da empresa e, então, funcionários adptaram uma caneta e deram para um comerciante da cidade, que é meu amigo, e me presenteou com ela", conta como conseguiu a sua primeira. A partir deste momento, passou a acreditar que "se eu tenho essa, posso ter muitas outras". Foi assim que começou a sua coleção.

Mas Leite confessa que não investe muito no seu hobby. "Não sou muito de comprar. Devo ter comprado 1% da minha coleção. Não gastei nem R$ 100 com as canetas. A mais cara que comprei, paguei R$ 10. Além do prazer em colecionar, gosto muito de ganhar". O professor comenta que toda a família ajuda com a sua coleção. "Meus sobrinhos, irmãos, parentes, até a minha esposa, que também é professora, e ganha bastante canetas dos alunos, sempre que conseguem uma diferente eles dizem 'acho que essa o Fernando não tem'", conta com orgulho da participação da família.

O professor comenta que, sempre que chega em uma loja, a primeira coisa que faz é pedir uma caneta para o vendedor. Ele explica que todas as canetas que ganha, já separa para a sua coleção, evitando de usar. "Quase todas estão com carga. Eu compro outras canetas para o meu uso. Muitas vezes, quando tenho duas canetas iguais, eu peço para trocar com alguém", conta.
Canetas diferentes são um diferencial da coleção de Leite, como a primeira caneta "isca de peixe" que ele conseguiu (Foto: Arquivo Pessoal)Canetas diferentes são um diferencial da coleção
de Leite, como a primeira caneta "isca de peixe"
que ele conseguiu (Foto: Arquivo Pessoal)
O professor revela que criou o "furto pedagógico". "Eu pego as canetas dos alunos e não devolvo. Eu chego neles e peço para conjugarem o verbo ter no passado e quando eles dizem 'eu tinha' eu digo 'é realmente tinha, agora é minha'. Eles levam na brincadeira e deixam comigo a caneta", explica sobre sua tática. O colecionador conta que ganhou de um aluno uma caneta de marca, que custa cerca de R$ 600. "Esse aluno comprou um carro e encontrou dentro dele a caneta perdida e meu deu. Eu avisei que era uma caneta cara, de marca, mas ele disse que era um presente, já que eu colecionava e teria mais valor nas minhas mãos", diz contente com o presente.

Atualmente, ele guarda as canetas em caixas, mas já está providenciando um painel, para facilitar a visualização de sua coleção por amigos e parentes. Das mais curiosas, Leite tem uma que imita uma seringa, tem uma caneta do México que é em forma de uma carranca, tem caneta com bússola, em forma de abridor de garrafas, canetas artesanais, com pedras brasileiras, e até canetas mais tecnológicas, com rádio, e uma que grava vídeos.

Bauru
Maquete de Benedito fica dentro de um cômodo da casa (Foto: Alan Schneider/G1 TV Tem Bauru)Maquete de Benedito fica dentro de um cômodo da
casa (Foto: Alan Schneider/G1 TV Tem Bauru)
Benedito Lourenço Moura, de 54 anos, construiu uma maquete de uma Estação Ferroviária em um cômodo da casa. A “obra de arte” tem um forte significado na vida dele. “Trabalhei 29 anos e seis meses na Ferrovia Bandeirantes. Depois que me aposentei, em 2009, resolvi manter a lembrança do trabalho por meio desse robe”, contou.
Com 2,10 metros de comprimento e 1,20 metros de largura, Benedito montou sozinho a cidade rodeada por linhas férreas. “Demorei dois meses para fazer tudo. Durante as viagens enquanto trabalhava comprei os carrinhos e os objetos. Mas a montagem e a parte elétrica fui eu que fiz”, explicou o aposentado.
Cidade em miniatura enfeita a maquete da Estação Ferroviária (Foto: Alan Schneider/G1 TV Tem Bauru)Cidade em miniatura enfeita a maquete da Estação
Ferroviária (Foto: Alan Schneider/G1 TV Tem Bauru)
A mesa que virou suporte para a maquete tem três composições, duas réplicas usadas para o transporte de passageiros e uma para carga. Mas o xodó de Benedito é a Maria Fumaça. “Ela é um espetáculo. Só mesmo vendo uma de verdade funcionando pra imaginar como ela é. Aqui tento relembrar e resgatar na memória o tempo que trabalhei nas composições”.
Além de ter a ferrovia em miniatura, o aposentado também participa de reuniões com amigos que compartilham a paixão pelos trens. “Tem bastante gente em Bauru que tem maquetes. Temos encontros semanais para conversar sobre ideias de novas adaptações e, claro, lembrar as nossas histórias reais dentro dos trens”, comentou.
Paine de controle tem marcações para que tudo funcione corretamente (Foto: Alan Schneider/G1 TV Tem Bauru)Paine de controle da maquete
(Foto: Alan Schneider/G1 TV Tem Bauru)
Morando com a mãe e mais dois irmãos, Benedito ainda pretende viajar muito pelas linhas do trem, mas sem sair de casa. Ele colocou à venda a atual maquete e, com o dinheiro, quer investir em uma ainda maior. “Gastei cerca de R$ 1,8 mil nela, mas vendo por R$ 1,5 mil. Quero uma mais moderna e com ideias que já tenho. Como aqui onde ela está é um local pequeno, quero construir uma edícula em cima da garagem para montar uma sala só com itens ferroviários”.
O sonho de ter uma “Estação Ferroviária” na própria casa ainda pode demorar um pouco. No entanto, o espírito do ferromodelista é capaz de alcançar essa luz no fim do túnel.
Benedito de Moura, de Bauru, tem paixão pela Maria Fumaça (Foto: Alan Schneider/G1 TV Tem Bauru)Benedito de Moura, de Bauru, tem paixão pela Maria Fumaça (Foto: Alan Schneider/G1 TV Tem Bauru)

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