MEDIÇÃO DE TERRA

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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Organizações discutem modelo de 'Carta da Amazônia' para Rio+20


Objetivo é propor um modelo de desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Secretária no AM considera Rascunho Zero da Rio+20 incompleto.

Do G1 AM

Secretária da SDS, Nádia Ferreira, defende revisão do Rascunho Zero da Rio+20 (Foto: Oberti Pimentel/SDS)Secretária da SDS, Nádia Ferreira, defende revisão
do Rascunho Zero (Foto: Oberti Pimentel/SDS)
A 60 dias da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, representantes de nove grupos majoritários reconhecidos pela ONU discutem a criação da 'Carta da Amazônia', documento elaborado pelos estados que compõe a Amazônia brasileira, que poderá ser debatido no evento no Rio de Janeiro.
De acordo com a secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Nádia Ferreira, o objetivo da carta é propor um modelo de desenvolvimento sustentável da Amazônia. “Sentimos a necessidade de fazer com que a Amazônia tivesse uma representatividade mais forte na Rio+20, porque estávamos percebendo que as preparações da conferência vinham acontecendo e, até então, não tinha tido ainda uma procura com destaque para a Amazônia”, explicou.
Para o coordenador geral do Centro Estadual de Mudanças Climáticas (Ceclima), João Talocchi, o modelo da ‘Carta da Amazônia’ serve como “um mapa do caminho para o desenvolvimento sustentável da região”. “É um processo feito com toda a sociedade. A carta não é uma ação deste governo ou do próximo, ela vem para a melhoria a longo prazo da Amazônia”, ressaltou.
O primeiro modelo de carta, finalizado na última semana, segue dois eixos: bases para sustentabilidade, e economia da sustentabilidade e inovação. Os temas ressaltam pontos como gestão de áreas protegidas, regularização fundiária e ambiental, consumo sustentável, entre outros.
Segundo Nádia, os principais desafios são os setores de energia e maneiras de manter a floresta em pé. A ‘Carta da Amazônia’ propõe, em seu modelo inicial, a utilização de energias renováveis, e do modelo REDD+ que, segundo a proposta, reduz o desmatamento e valoriza a floresta em pé representando uma estratégia econômica para guiar um novo modelo de desenvolvimento sustentável para a região.
A versão provisória da carta apresenta ainda metas mínimas propostas para 2030. Em relação a 2005, o documento propõe 30% de redução das emissões de GEE. A carta pede ainda 30% de aumento da eficiência energética, 40% de participação de fontes renováveis sustentáveis na matriz energética, 30% de redução na geração de resíduos por unidade de PIB, 50% de aumento da qualidade da água, 50% dos novos empregos sendo verdes, 50% de transporte limpo e eficiente, universalização da educação básica e desmatamento ilegal zero.
A Carta será finalizada no Encontro de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Brasileira, que inclui o Fórum de Governadores da Amazônia. O evento será realizado de 30 de maio a 1º de junho, em Manaus. A presidente Dilma Roussef e a ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira serão convidadas para o encontro na capital amazonense.
‘Exclusão’ da Amazônia na Rio+20
A secretária de estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável afirmou ainda ao G1 que considera o Rascunho Zero da Rio+20, documento que norteará os debates no evento, incompleto. “O Rascunho Zero não faz menção à Amazônia. A floresta merece sim destaque”, disse.
Já o coordenador do Ceclima, João Talocchi, considerou o documento que guia a conferência “sem perspectivas”. “A Rio+20 não está trazendo nada de concreto dentro da perspectiva de resultados. Como estados, é importante que nós tenhamos essa posição de trazer mais coisas para pressionar os governos federais do mundo e mostrar que as entidades estão sendo mais ambiciosas do que eles”, destacou.

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